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A versatilidade da palha na cultura da cana-de-açúcar

Natália Canevazzi
 

A Coopercitrus com o apoio de empresas parceiras reuniu profissionais renomados do agronegócio para apresentar soluções de implicações no manejo e opções de logística para retirada da palha da cana com o objetivo de gerar energia nas usinas de açúcar e álcool.

A cana-de-açúcar é uma biomassa que pode ser transformada em energia aproveitável através de processos industriais, que na sua maioria, já são dominados e conhecidos e apresentam alto índice de aproveitamento dos subprodutos e relativo baixo impacto ambiental, o que a torna uma solução energética sustentável. Com ela, são feitos dois produtos essenciais para a economia mundial: o açúcar, parte indispensável da alimentação humana, e o álcool, utilizado em bebidas alcoólicas ou como combustível para abastecer os carros, também conhecido como etanol.
Praticamente toda cana-de-açúcar que o mundo produz vira álcool ou açúcar. Esse processo é relativamente simples, basta moer a cana para fazer escorrer o açúcar em estado líquido, o famoso caldo de cana. Se este caldo for fervido, o excesso de água evapora e ele se transforma em açúcar. Se ele for fermentado, vira álcool. Essa fermentação nada mais é que o uso de micro-organismos (leveduras) para quebrar as moléculas do caldo e ajudar na fabricação do álcool. As usinas que trabalham com a cana-de-açúcar aproveitam praticamente tudo da planta. Após retirar o caldo da cana, a sobra é chamada de bagaço. Atualmente, o bagaço é utilizado pelas usinas para gerar energia elétrica e, em menor escala, biogás. Pesquisas apontam que este bagaço pode também virar álcool, o etanol celulósico.
A Coopercitrus e as empresas parceiras Basf, DuPont, FMC, Nortox, Syngenta e Valtra, apresentaram no dia 08 de outubro, na Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro, o “Seminário Coopercitrus sobre palha de cana-de-açúcar” que teve o intuito de apresentar aos mais de 300 produtores rurais, representantes de usinas e fornecedores de cana, sobre a versatilidade no uso da palhada (subproduto que fica sobre o solo após a colheita mecanizada da cana-de-açúcar). “É uma grande satisfação estarmos apresentando esse seminário Coopercitrus sobre palha de cana-de-açúcar. Hoje, nós estamos com uma inovação que é para agregar receita ao fornecedor, visando não só o problema ambiental, energético, como também, a viabilidade dos pequenos e médios produtores e eu posso adiantar que a Coopercitrus já desenvolve um projeto prático neste sentido”, explica José Vicente da Silva, diretor presidente da Coopercitrus.

Para as usinas, palha é energia
Como explicou a engenheira agrônoma da EMBRAPA Jaguariúna, SP, Dra. Nilza Patrícia Ramos, em sua palestra “Manejo da palhada e efeitos sobre a ciclagem de nutrientes e produtividade do canavial”, o setor sucroenergético é dividido em dois segmentos: área agrícola, que produz os colmos e palhas e a área industrial, que transforma esses produtos em açúcar, etanol, vinhaça, torta de filtro, energia elétrica do bagaço, água residuária e químicos diversos. Segundo ela, o canavial é um investimento que deve ser pensado em longo prazo e é decisão exclusiva do produtor rural o manejo de palha, devendo colocar na balança se deve ou não retirá-la. “O gerenciamento, a decisão de retirar ou não a palha e a quantidade, depende muito do produtor. Agora, a manutenção de uma parte desse resíduo, em minha opinião, deveria ser correspondente aos ponteiros e folhas verdes, pois tendem a trazer muitos benefícios de médio e longo prazo. Se na área plantada tiver palha demais, pode acontecer uma seleção de plantas daninhas. Um dos estudos que fizemos na entidade constatou uma seleção de capim grama seda e tiririca em maior quantidade quando a quantidade de palha era maior. Então, com isso, vai ter uma modificação da população de plantas daninhas. Em contrapartida, em regiões secas, mantém mais umidade deixando a palha sobre o solo, tanto é que a velocidade de decomposição é maior quando se tem mais palha, porque ela mantém aquela umidade e toda aquela massa microbiana que atua no processo de decomposição, ela vai estar mais ativa na condição de umidade e temperatura alta”, explica. 

Potencial de produção de biomassa: energia
- Confirmado que a palha representa mais de 30% da biomassa total da cana-de-açúcar;
- As folhas secas contribuem em 21% e o ponteiro com 9% da biomassa total da cana;
- O uso do componente “folhas secas” tem potencial de incrementos significativos para a geração de energia;
- O componente “ponteiro” contribui com menos de 9% do total e ainda carrega elevada umidade na colheita, além de ser a fonte mais rica em nutrientes.

Decomposição da palhada
- Quanto maior o nível de palhada, maior a velocidade de decomposição deste resíduo, independente do local de cultivo;
- Após um ano de cultivo, as taxas de decomposição da palhada oscilam entre 60 e 70% e, após dois anos, atingem 90%;
- A deposição de uma palha sobre a outra acelera as taxas de decomposição em anos de precipitação média.

Enfardamento, outra renda para o produtor
A palha está sendo vista como uma nova fonte de renda. A Enfardadeira Challenger foi a máquina apresentada pelo agrônomo da AGCO Brasil, Marcelo Puppin, para realizar a operação de retirada e enfardamento de palha. Segundo ele, o implemento pode ser acoplado em um trator modelo Valtra BT e possui controle da quantidade de palha que o produtor deseja retirar do solo, transformando em fardos de 90 x 1,20m. Como explica Puppin, 1 ha de cana produz de 10 a 15 toneladas de palha, número que pode ser influenciado pela variedade de cana adotada, idade do canavial e a época de corte. Para a geração de energia elétrica, 0,88 Mwh / ton de palha abastecem o equivalente a 20 casas e 1 tonelada de palha seca produz 250 litros de Etanol 2ª geração.

Sistema Operacional da Enfardadora:
- Aplicação em todas as culturas e regiões;
- Alto rendimento com aplicação HD para condições severas e com umidades mais elevadas;
- Fácil manutenção e operação;
- Estrutura robusta preparada para trabalhos pesados em condições severas;
- Alta produção e rendimento ton/h;
- Capacidade de campo: até 4 ha/h;
- Tamanho dos fardos: 1,20m larg. X 0,90m alt. X 1,0 até 2,75 m de comp.;
- TDP 1000 RPM;
- Trator VT BT 190;
- Facilidade de acoplamento e manobra;
- Sistema de transmissão com sistema de absorção de carga;
- Eficiência na Utilização da Potência;
- Câmara de pré-carga (prepara na densidade requerida);
- Sensor ajustável de carga;
- Entrega quantidade correta (determinada) e homogenia a câmara de enfardamento;
- Exclusivo sistema de adensamento, 47 golpes/minuto em cursos de 740 mm;
- Rendimento maior na formação dos fardos.

Não há como negar que o mundo tem buscado cada vez mais a utilização de recursos naturais para a produção de energia. O setor sucroalcooleiro tem sido um exemplo em reaproveitamento de resíduos, vendo além da geração de energia através do bagaço, o uso da palha. Produtores rurais ganham com este processo, tendo a opção de destinarem parte da palha que sobra no solo após a colheita mecanizada, mantendo assim, uma quantidade que beneficia o ambiente de produção. Enfardadeiras já constam no mercado brasileiro com regulagens que permitem recolher apenas a quantidade que o produtor desejar, porém, o maior desafio ainda tem sido a logística. Na última palestra “Manejo de palha de cana-de-açúcar para utilização como biomassa”, o produtor rural e engenheiro agrônomo Luiz Carlos Dalben do grupo Agrícola Rio Claro, de Lençóis Paulistas, SP, mostrou aos produtores presentes o exemplo de enfardamento de palha que realiza em seus canaviais, que possuem 8.600 ha e extraem 550 mil toneladas de cana por safra. “A usina Barra Grande, que é onde fornecemos a cana, trabalha com biodiversidade há muitos anos, portanto, sempre teve o interesse em recolher a palha para utilizar em um período maior de produção de eletricidade pós-safra. Recolhemos em torno de 50% da palha produzida, o equivalente mais ou menos a 6 toneladas. É um produto que agrega valor. Os equipamentos são caros, não é uma operação fácil como parece e o empecilho é que os equipamentos são importados e o custo de manutenção ainda é algo que estamos trabalhando para ver se melhora, mas conseguimos uma certa lucratividade com o recolhimento da palha”, explica.
Dalben explica que após a colheita mecanizada é recomendável deixar a palha secar de 7 a 10 dias antes de entrar com a enfardadeira e, que inclusive, existem especificações da usina para a aceitação da palha de fornecedores, com tabela abaixo conforme sua realidade de produção:
Em desvantagens do processo de retirada de palha, Dalben aponta alguns itens, dentre eles, a possibilidade de pisoteio da soca (que deve ter uma grande atenção do produtor), em regiões mais quentes a menor proteção do solo que eleva a perda de umidade, a retirada de matéria orgânica do solo que impede a reciclagem de nutrientes e a retirada de nutrientes do solo. Em vantagens estão melhores condições para cultivo, maior homogeneidade na aplicação de vinhaça, melhoria nas incidências de pragas como cigarrinha e sphenophorus e, em regiões mais frias, o aumento da temperatura do solo.

Debates
No final do evento, foi aberto um debate entre palestrantes e produtores rurais, para que pudessem esclarecer dúvidas e fornecer soluções de manejo. O cooperado de Bebedouro, SP, Victor Campanelli, um dos proprietários da Agro-Pastoril Paschoal Campanelli S.A, que cultiva cana-de-açúcar, milho e pecuária, é adepto da retirada de palha para a alimentação de seus bovinos. “O gargalo está na potência. Se você roda com muita potência para colher a palha, você ganha no manejo operacional. Usávamos um trator de 315 e elevamos para 380 cavalos”, explica.   
Para a alimentação bovina, o cooperado André Luiz Perrone dos Reis, que possui sistema de confinamento em Barretos, SP, complementa que a palha tem sido mais eficiente para a nutrição animal comparada ao bagaço, por possuir 70% de matéria seca, enquanto que o bagaço é composto por 50% de água.
Fernando Degobbi, diretor de marketing da Coopercitrus e organizador do debate, avalia que o grande desafio é compreender os modelos de logística que estão sendo praticados para decidir onde os custos operacionais são menores, sendo que, a grande dúvida que necessita de maiores esclarecimentos é utilizar equipamentos no campo com o picador, o que melhora a densidade dos fardos, elimina o picador na indústria ou a operação no campo com a enfardadora sem picador, que diminui consideravelmente a potência exigida e o custo dos equipamentos, bem como, as interferências por manutenção. “Estamos avaliando dois modelos e a experiência deve mostrar qual a melhor opção”, conclui.

Coopercitrus: incentivadora do etanol
2014 tem sido um ano de muitos obstáculos para a agricultura, já que os produtores estão tendo que lidar com a grande estiagem, além das incerteza do setor canavieiro, que entre janeiro e julho deste ano, segundo publicação do Estadão, teve 19,48% de queda nas exportações de açúcar e cana. Já o etanol, foi 52%  inferior ao mesmo período de 2013. Com as cotações do açúcar oscilando muito no mercado global, as usinas poderão se voltar mais para o etanol, que traz muitos benefícios não só para a economia do setor canavieiro, como para o Brasil.
A Coopercitrus está promovendo em todas as suas filiais e em seus postos de combustível nas cidades de Bebedouro, Pirassununga, Taquaritinga, Catanduva, Itápolis, Monte Azul Paulista, SP, e, em breve, nas cidades de Araguari e Ituiutaba, MG, a campanha em prol do uso do Etanol. O Etanol é considerado o combustível “completão” por ser ecológico, renovável, autossustentável e por trazer benefícios para o mercado de trabalho, gerando milhões de empregos. O uso do Etanol favorece economicamente o produtor de cana-de-açúcar, o país e a população, já que as vantagens são evidentes. Os veículos abastecidos com etanol apresentam um rendimento médio equivalente a 79,52% do desempenho da gasolina.
O etanol também é menos poluente já que emite até 90% menos gases causadores das mudanças climáticas.

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