Agropecuária | Publicada em 01/03/2017
Assim, os atuais patamares de preços são bastante remuneradores para o sojicultor dos EUA. Na sessão desta terça, o vencimento novembro/17, referência para a nova temporada americana, era negociado a US$ 10,13. Ao considerar essa cotação em US$ 10,18, por exemplo, com o rendimento ainda na casa das 70 sacas, a receita líquida nos EUA, para o sojicultor, é de US$ 201,56 por hectare, explica o analista, descontando todos os custos inerentes.
Araújo explica ainda que, caso os preços percam o patamar dos US$ 10,00 por bushel e a produtividade alcançada não seja tão elevada, o produtor americano pode começar a encontrar alguma dificuldade. E é nessa hora que o mercado climático ganha mais força e espaço no mercado futuro.
Enquanto isso, no caso do milho a queda nos custos de produção - que também é esperada pela Universidade de Illinois - é de 5%, estimado em US$ 1919,97 por hectare, com uma produtividade média de 207 sacas/ha. "Por mais que haja uma queda no custo de produção em dólar por hectare, o custo unitário tem uma leve alta. No ano passado, tivemos produtividade recorde e o mercado e até a própria Universidade de Illinois já não estimam que, neste ano, essa produtividade tão boa se repita", explica o analista da Lansing.
A rentabilidade do milho para o produtor americano, entretanto, não tem perspectivas tão positivas como a da soja, principalmente para o produtor que usa terras arrendadas. "Para o dono da terra do milho, sem considerar o custo do arrendamento, o custo do bushel fica erm US$ 2,80, porém, considerando, este custo sobe para US$ 3,92 por bushel, na fazenda", relata Marcos Araújo. No caso da soja, esses números são de, respectivamente, US$ 5,06 por bushel, com o custo e US$ 8,59, sem o custo da terra.
O analista explica ainda que os preços atuais do cereal praticados em Chicago ainda estão um tanto distantes do ideal para o produtor americano. "Para mover o milho da fazenda até Chicago, há um custo logístico estimado em 25 cents de dólar, ou seja, o vencimento dezembro teria que estar trabalhando a US$ 4,17 por bushel", diz o analista. E nesta terça, a posição era negociada a US$ 3,95 por bushel.
"Nessa realidade, com alta tecnologia e colhendo 207 sacas por hectare, ele já teria um prejuízo de US$ 113,00/ha", completa. "E é por isso que o mercado já está estimando que a safra de soja deva aumentarde 4 a 5 milhões de acres, reflexo da diminuição no plantio do milho e do trigo", conclui.
Como explica Araújo, outros números também indicam essa maior área de soja podendo se confirmar nos Estados Unidos, como as vendas de sementes, e o potencial inicial estimado para a safra norte-americana 2017/18 de até 125 milhões de toneladas, contra 117 desta 2016/17.
No entanto, as contas com a demanda ainda fecham e mostra que o consumo se mostra forte, crescente e atuando como o principal combustível para os preços na Bolsa de Chicago.
"Se temos um consumo mundial de soja, hoje, ao redor de 330 milhões de toneladas por ano, com um crescimento de 5% ao ano, todo ano, a produção de soja global tem que aumentar 15 milhões de toneladas. Os EUA estariam aumentando com um potencial de 8 milhões, o Brasil teria que completar a lacuna. Então, não vejo Chicago tão pressionado assim, uma vez que uma queda forte desestimularia o sojicultor na América do Sul, e o mercado tem que fazer o seu trabalho, com preços altos e motivar aumento de áreas de plantio ao redor do mundo", explica.
Com informações ainda do Agrimoney.
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