Agropecuária | Publicada em 29/04/2015
A menos que em abril corrente os custos de produção tenham sofrido radical redução – o que é absolutamente improvável, pois nos últimos oito meses os aumentos têm sido praticamente contínuos – o produtor mineiro fechará abril corrente onerosamente, ou seja, com um custo de produção superior à remuneração recebida pelo frango vivo que produziu.
Chega-se a essa conclusão comparando-se a cotação alcançada no mês pelo produto com o custo mensal levantado pela Embrapa Suínos e Aves. Neste último caso, ainda não há dados sobre o custo de abril, mas supondo-se que tenha permanecido nos mesmos níveis de março passado (R$2,42/kg nos aviários convencionais) seu valor será mais de 5% superior ao preço de R$2,30/kg, média registrada em abril.
Aliás, esse índice só se aplica à média, porquanto considerada a cotação alcançada pelo produto na segunda quinzena de abril (R$2,25/kg) e o fato de até esse valor ser apenas um referencial, pois grande número de negócios é realizado por valores inferiores, o custo efetivo deve superar em mais de 10% o que vem sendo recebido pelo produtor.
Nos últimos treze meses, situação similar à presente foi registrada no bimestre maio-junho de 2014 e aparenta ser ocorrência rara, pois, nos nove meses anteriores a abril corrente o produtor trabalhou com ganhos que, como mostra o gráfico abaixo, podem ter chegado a 35% em outubro do ano passado.
Mesmo isso, porém, se de fato ocorreu, ficou restrito a um curto período. Por sinal, considerados preço e custo dos 12 meses encerrados em março de 2015, o ganho médio obtido pelo produtor de Minas Gerais foi inferior a 10%. Isto é, se conseguiu manter seus custos dentro dos limites observados no levantamento da Embrapa Suínos e Aves.
Em tempo: embora específicos do mercado mineiro, os resultados acima devem estar se repetindo neste instante em diversos outros estados brasileiros.
Fonte: Avisite
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