Agropecuária | Publicada em 27/02/2015
Alguns dos Estados brasileiros considerados livres de peste suína clássica pelo Ministério da Agricultura, mas que ainda não têm o certificado internacional, só devem consegui-lo em 2016. De acordo com o diretor executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Nilo de Sá, o governo ainda pressiona os produtores para que cumpram todos os requisitos federais, similares aos da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), a fim de garantir a certificação. De acordo com Sá, os Estados ainda se preparam para enviar a documentação necessária à entidade internacional em meados de setembro ou outubro deste ano. Depois, eles serão avaliados pela comissão científica da OIE e devem esperar pela reunião dos delegados da instituição, que ocorre em maio de 2016.
O próximo passo é uma reunião agendada com os Estados declarados livres da doença nacionalmente, além do Distrito Federal: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Rondônia e Acre. No encontro, os criadores devem apresentar detalhes dos esforços para o cumprimento das normas sanitárias internacionais. "Nessa reunião teremos informações mais concretas. Por enquanto, sabemos extraoficialmente que o Paraná está em um patamar mais avançado que os demais, enquanto Mato Grosso também vem fazendo um trabalho extensivo", afirma o diretor executivo da ABCS.
O encontro está agendado para os dias 19 e 20 de março, em Curitiba. Os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul já obtiveram a certificação da OIE, segundo divulgou o Ministério da Agricultura nesta terça-feira (24/2). Os criadores desta região haviam adiantado os trâmites para conseguir a qualificação.
Na prática, contudo, pouco se altera o quadro do comércio exterior de suínos para estes produtores, visto que até o momento o certificado não é exigido pela OIE. "Num futuro próximo, não ter o reconhecimento pode ser um limitante para a exportação, mas hoje ainda não é", explica Sá. "Precisamos adequar os Estados que são grandes exportadores, para que tenham (a certificação), se houver necessidade". Para Valdecir Luis Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), o reconhecimento é positivo, mas o Estado ainda enfrenta a forte concorrência lá fora. "Para ingressar em um novo mercado hoje, temos que ocupar o lugar de outro fornecedor, de outro país", afirma. "Em compensação, a briga é muito mais comercial, e essa qualificação é mais um passaporte para facilitar novas negociações", diz.
Fonte: Globo Rural
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