Agropecuária | Publicada em 12/03/2018
A tendência das indústrias de etanol é ser flex, assim como boa parte dos veículos que rodam pelo Brasil. Mas, neste caso, o flex refere-se à produção de etanol tanto de cana-de-açúcar quanto de milho.
Assim, ao invés de operarem durante 180 a 190 dias por ano, as indústrias poderão trabalhar 340 dias por ano.
Mato Grosso tem 11 indústrias de açúcar e etanol. Destas, sete trabalham somente com cana-de-açúcar, uma somente com milho (FS Bioenergia), três são flex e uma (Coprodia) está em fase final de transição para o flex.
O uso do milho acaba com a entressafra da cana, entre novembro e abril, em que as indústrias precisam ficar paradas por falta de matéria-prima. A possibilidade de trabalhar com os dois tipos de matéria-prima é viável para todos os tamanhos de planta.
“É possível para todos. Claro que indústrias mais modernas e equipadas terão que fazer menos investimentos e terão mais ganhos, retorno de capital maior. Mas o etanol do milho já não é mais uma tendência, é uma realidade”, afirma o gerente de área da Barralcool, José Raimundo Costa Neto.
“É uma tendência do mercado ser flex, onde existe a disponibilidade de milho. Na entressafra tem-se a disponibilidade de equipamentos, trabalhadores e também pode ser feito concomitantemente”, explica o gerente industrial das Usina Itamarati, Ricardo Stecklberg.
E, em Mato Grosso, o que não falta é milho. O estado é o maior produtor de do Brasil, com previsão de produzir 26 milhões de toneladas na safra 2017/2018.
Com a otimização da produção na indústria e o consequente aumento na produção, o setor se mostra otimista em relação ao mercado. Muitos projetam que Mato Grosso será grande exportador de etanol e poderá se tornar produtor de eteno.
“Eteno é a matéria-prima do plástico, todo polietileno é derivado do eteno. Este processo de transformar o etanol em eteno já é conhecido e dominado. Seria o plástico verde”, explica Costa Neto.
Segundo técnicos do setor isso atrairia indústrias de plástico para Mato Grosso em um curto espaço de tempo. Mas isso apenas seria possível, de acordo com eles, se houver vontade dos empresários, investimentos e incentivos públicos para as indústrias.
Fonte: A Gazeta (MT)
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