Agropecuária | Publicada em 07/02/2018
A agropecuária passa por intensas mudanças estruturais na Europa, e o horizonte pode não ser tão favorável.
A população envelhece, e a área dedicada à agricultura diminui, reduzindo o número de propriedades agrícolas.
A força de trabalho recua com intensidade no campo e, após queda de 8% de 2012 a 2016, deverá acumular retração de 28% até 2030. O setor tem dificuldades em criar empregos atrativos para os jovens no campo.
Essas mudanças forçam as fazendas a buscar cada vez mais uma economia de escala e maiores investimentos em máquinas. O preço da terra e os custos sobem, encurtando as margens de lucro.
Recente avaliação do setor de desenvolvimento agrícola e rural da Comissão Europeia indica que, devido à redução de área, a UE aposta no aumento da produtividade.
Os europeus, no entanto, estão em um círculo vicioso. Esperam crescimento de 4% na produção de carne de frango, estabilidade na de suínos e recuo de 7% na bovina.
Terão de importar mais milho e farelo de soja para elevar a produção de proteínas, mas não vão se livrar ainda da importação de carnes.
A compra externa de carne de frango deverá subir 20% em 2030, em relação à quantidade atual, e a bovina, 22%.
O bloco continuará dependente das importações de milho e de farelo de soja, essenciais na ração.
A produção de leite crescerá 12% até 2030 e a alta virá da maior produtividade das vacas leiteiras. O aumento de produção requer uma melhor alimentação dos animais, provavelmente com mais produtos saídos do Mercosul.
Em um item as estimativas são positivas para os europeus: a produção de trigo, que deverá atingir 169 milhões de toneladas, 12% mais que a atual. Com isso, as exportações poderão subir para 38 milhões, 36% mais.
As mudanças estruturais por que passa a agropecuária europeia poderão dar menor margem à atividade na região, o que a tornará mais dependente do Mercosul. Apesar de duros na negociação, os europeus, por certo, estão atentos a esses números.
Fonte: Folha de São Paulo
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