Agropecuária | Publicada em 25/01/2018
Na pecuária houve retração no faturamento do setor avícola e de bovinos, o que também contribuiu para a queda. De acordo com os dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a queda no VBP estadual foi de 9,59% em 2017, frente a 2016, e o faturamento da produção alcançou R$ 54,28 bilhões.
De acordo com o superintendente de Abastecimento e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, a maior influência negativa no VBP estadual veio do setor agrícola. Produtos como o café, soja e milho apresentaram resultados menores que os verificados em 2016. A menor produção de café, produto que responde por 34% do VBP total de Minas, junto com a queda de preços verificada nas culturas da soja e do milho justificam a retração do resultado estadual.
“Em 2017 colhemos uma safra recorde de grãos. Com maior oferta em Minas e no País, os preços do milho e da soja recuaram. Além disso, em 2016, com a oferta escassa de grãos, os preços alcançaram patamares recordes e alavancou o VBP no período, tornando o ano uma base forte de comparação. Outra influência negativa foi o café, principal produto do agronegócio mineiro, que devido à bienalidade negativa apresentou queda na produção”, explicou Albanez.
Influenciado pela retração verificada em importantes itens como o café, milho e soja, o VBP da agricultura de Minas Gerais encerrou 2017 com queda de 14,79% com faturamento de R$ 34,1 bilhões.
Na produção de café total, a queda do VBP alcançou 23,44%, com o faturamento da cultura estimado em R$ 11,7 bilhões. O resultado negativo se deve à colheita menor do grão, em função da bienalidade negativa, e à desvalorização das sacas. Somente no café arábica a retração no VBP ficou em 23,81%, com o faturamento da variedade encerrando o ano em R$ 11,6 bilhões. Já o VBP do café conilon apresentou alta de 19,79%, elevando para R$ 154,7 milhões o faturamento da cultura.
Outro produto importante, o milho, encerrou o ano com retração de 11,76% no VBP, valor que chegou a R$ 3,47 bilhões. Com a colheita recorde de 7,5 milhões de toneladas, expansão de 27%, a oferta do cereal foi ampliada, o que provocou queda nos preços e interferiu negativamente na composição do VBP do cereal.
Retração também foi verificada no faturamento da produção mineira de soja. A cultura foi avaliada em R$ 5,17 bilhões, retração de 9,58%. Assim como no milho, a produção recorde de 5 milhões de toneladas da oleaginosa em 2017, que representou uma variação positiva de 7,14%, fez com que os preços recuassem.
“O milho e a soja tiveram resultados negativos no VBP. Precisamos considerar que a produção foi excelente na safra 2016/2017, com a colheita de 14,1 milhões de toneladas, volume recorde no Estado. O volume maior em Minas e no País contribuiu para que os preços tivessem redução. É importante lembrar que 2016 foi um ano crítico, com grandes perdas na safra de grãos, provocadas pela estiagem, e preços recordes, por isso, o ano é uma base de comparação forte”, explicou Albanez.
Assim como no milho e na soja, a maior produção e a queda nos preços fizeram com que o VBP do feijão encerrasse 2017 em R$ 1,2 bilhão, retração de 44,1% frente a 2016.
Destaques positivos
Apesar do resultado negativo no setor agrícola, alguns produtos se destacaram de forma positiva, como a cana-de-açúcar. O faturamento bruto da cultura foi estimado em R$ 6,6 bilhões, incremento de 31%. A alta se deve à demanda aquecida pelo açúcar e pelo etanol, o que valorizou os preços. Na atual temporada, a produção mineira foi estimada em 64 milhões de toneladas.
Resultado positivo também foi observado na produção mineira de algodão herbáceo. A cultura foi avaliada em R$ 354 milhões, o que representa uma elevação de 46,3%.
Fonte: Diário do Comércio
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