Agropecuária | Publicada em 14/11/2017
A estatal considera que está dado o primeiro passo para o desenvolvimento de um plástico biodegradável comercial que usa como matéria-prima resíduos da indústria alimentícia. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de manga com mais de um milhão de toneladas por ano, mas o descarte de caroços chega a até 60% desse volume.
O objetivo da pesquisa foi agregar valor aos resíduos. “O desenvolvimento de novos biocompósitos pode ser um caminho viável para o aproveitamento de coprodutos industriais na fabricação de itens inovadores e sustentáveis”, afirma a pesquisadora da Embrapa Edla Lima. Foram realizados mais de uma centena de testes, utilizando técnicas de casting, extrusão, injeção e moldagem por compressão. Diferentes concentrações de amêndoa e da casca do caroço da manga como carga de reforço em biopolímeros comerciais, adicionados ou não de quatro diferentes tipos de argilominerais, que foram concentrados e organofilizados foram avaliadas. Para analisar a resistência, cristalinidade e elasticidade, os materiais resultantes foram observados em calorimetria de varredura diferencial, análise termogravimétrica, microscopia eletrônica de varredura associado à espectrometria de energia dispersiva de Raios-X, ressonância magnética, Difratometria de Raios-X, e infravermelho.
De acordo com os pesquisadores, já foram obtidos bons resultados na obtenção de biocompósitos. Eles apresentaram maior interação intermolecular, o que promoveu maior dispersão e distribuição do material de enchimento. “As análises demonstraram boa adesão, dispersão e distribuição em amostras com PHBV. Os resultados indicam que a fabricação de biocompósitos pode ser uma estratégia para a reutilização desse subproduto agroindustrial", ressalta a professora e pesquisadora Rossana Thiré, do Laboratório de Biopolímeros da Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Coppe/UFRJ.
A equipe de pesquisa contou com profissionais da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Embrapa Instrumentação (SP), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e Centro de Tecnologia Mineral.
Fonte: Agrolink
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