Agropecuária | Publicada em 10/10/2017
Em Minas Gerais, maior consumidor nacional do produto, os preços do suíno vivo estão em torno de R$ 4,30, valor suficiente para cobrir os custos. A expectativa é de crescimento da demanda nos próximos meses, em função das festas de final de ano. O aumento do consumo é considerado fundamental para a manutenção dos preços em patamares rentáveis, o que permitirá a recuperação das margens dos suinocultores, que, em 2016, amargaram prejuízos em função dos custos elevados e preços baixos.
De acordo com o vice-presidente da Asemg
(Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), José Arnaldo
Cardoso Penna, as expectativas para os próximos meses em relação à
suinocultura são positivas. Além das festas de final de ano, quando o
consumo fica maior, outro fator que pode favorecer a demanda pela carne
suína é a abertura do mercado da Coreia do Sul.
“A tendência é
que os embarques, principalmente pelos estados do Sul do País, fiquem
maiores com a abertura do mercado sul-coreano. A demanda chinesa também
está em alta. Com o aumento das exportações, a expectativa é que a
oferta no mercado nacional fique mais equilibrada com a demanda,
permitindo a recuperação dos preços pagos aos suinocultores”, sinalizou
Cardoso Penna. Em sua avaliação, a suinocultura de Minas Gerais pode ser
beneficiada. “Além de sermos os maiores consumidores do produto in
natura, a expectativa é de que a entrada da carne suína de outros
estados em Minas Gerais fique menor”, explicou.
Consumo
Outra
iniciativa que tem estimulado o consumo são as campanhas promovidas
pelas associações representativas do setor em relação aos benefícios e
variedades de cortes e de tipos de preparo para a carne suína. Um dos
eventos mais importantes é a Semana Nacional da Carne Suína (SNCS),
realizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). Até
o dia 12 de outubro, vários supermercados em todo o País irão
comercializar cortes diferenciados, em tamanhos variados e mostrando as
opções de preparo.
O consumo de carne suína no Brasil é
crescente e gira em torno de 15 quilos per capita ao ano. A tradição e a
gastronomia mineira fazem com que o Estado tenha o maior consumo per
capita do País, girando em torno de 23 quilos a 24 quilos.
“A
Semana da Carne Suína é importante para mostrar os benefícios, os cortes
variados e as diferentes opções de preparo. Temos muito espaço para
crescer no mercado nacional e a SNCS contribui para a divulgação da
carne suína”, disse Cardoso Penna.
Preços
Em
relação aos preços, o quilo do suíno vivo é negociado em Minas Gerais a
R$ 4,30, valor que está acima dos custos de produção e garantindo renda
aos produtores. O custo médio do quilo do suíno vivo está em torno de
R$ 4,00.
“Felizmente os preços atuais estão cobrindo os custos.
Isso acontece pela maior produção de milho e de soja, o que provocou
queda nos preços destes insumos”.
Desafios
Dentre
os desafios a serem enfrentados nos próximos meses está a tendência de
aumento dos preços do milho, em função do crescimento das exportações e
do atraso do plantio em algumas regiões, resultado da estiagem.
Outra
questão é a diferença da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços). Enquanto o suinocultor mineiro
paga 12% de ICMS na venda para outros estados, os estados do Sul pagam
6% para colocar a carne no mercado de Minas Gerais.
“O
suinocultor de Minas Gerais precisa ser cada vez mais eficiente para
superar os desafios e manter a produção rentável. É importante investir
no bem estar animal, no uso dos insumos e no melhor manejo, para que os
suínos expressem todo potencial e o produtor consiga um melhor peso para
a venda”, disse Cardoso Penna.
Fonte: Diário do Comércio
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