Agropecuária | Publicada em 09/10/2017
Em setembro, os preços de mandioca subiram com força em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, devido à baixa oferta da raiz. Esse cenário se deve ao clima quente e seco, que prejudicou as atividades no campo. Entre 25 e 29 de setembro, a média a prazo da tonelada posta fecularia subiu 7,11% frente à semana anterior, a R$ 598,78, o maior valor de toda a série histórica do Cepea, iniciada em janeiro de 2002. Em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de agosto/17), é a maior desde janeiro de 2014.
Quanto à quantidade de matéria-prima processada, na última semana de setembro, o volume caiu 30% frente ao período anterior, indo a 11,2 mil toneladas, visto que muitas fecularias pararam as atividades por causa da baixa disponibilidade. As unidades ativas, por sua vez, registraram ociosidade média de 76,8% da capacidade instalada. No mês, foram processadas 81,4 mil toneladas, queda de 41,2% frente a agosto/17 e de 60% na comparação com setembro/16.
Com as chuvas desta semana nas regiões
do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, o ritmo de colheita pode
melhorar. Vale lembrar que há poucas lavouras disponíveis para a
colheita e parte dos produtores deve dar preferência para o plantio, que
está atrasado, ou para o replantio em algumas áreas onde foram
observadas perdas.
Dados mais recentes da Seab/Deral (Secretaria
de Agricultura e do Abastecimento do Paraná) indicam que, até setembro,
81% da mandioca já foi colhida. O órgão aponta, ainda, que até 68% das
áreas do estado já foram plantadas em setembro, contra 84% em igual
período do ano passado. Esse cenário, aliado às elevadas temperaturas,
pode resultar em menor produtividade. Ainda segundo a Seab/Deral, a área
disponível com mandioca no Paraná neste ano deve ser de 126,4 mil
hectares, queda de 5% frente à safra 2015/16. Em relação à produtividade
agrícola, deve recuar 10% no mesmo período, com média de 24,7 t/ha.
Esse recuo deve pressionar a produção para 3,1 milhões de toneladas,
queda de 14% frente à temporada 2015/16.
Nas regiões noroeste e
centro-oeste paranaenses, o tempo seco prejudicou o avanço da colheita,
ao mesmo tempo em que há poucas lavouras disponíveis. Sem estoques,
empresas buscam intensificar o processamento. No extremo-oeste, por sua
vez, além do clima desfavorável, a menor oferta se deu principalmente
pela falta de lavouras de segundo ciclo. A média do estado subiu 7,4%
entre 25 e 29 de setembro, indo a R$ 631,14/t no dia 29. Em Mato Grosso
do Sul, a disponibilidade de lavouras de mandioca de segundo ciclo é
baixa, especialmente no sudeste do estado. O clima seco também prejudica
o avanço da colheita e 20% das fecularias estiveram ativas no período.
Assim, a média estadual a prazo para a tonelada de mandioca posta
fecularia foi de R$ 574,19, alta de 6,4% na última semana de setembro.
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