Agropecuária | Publicada em 21/06/2017
As vendas foram impulsionadas pela desvalorização do real em relação ao dólar e, no caso do milho, também pelos leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com o pico de vendas no mês passado, os agricultores passaram a ter mais tranquilidade para armazenar o cereal da segunda safra, que começa a sair dos campos. Segundo o Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea), as vendas da soja da safra 2016/17 chegaram a 78,2% da produção estimada para o Estado (31,3 milhões de toneladas) até 12 de junho, um avanço de 9 pontos percentuais sobre maio, mas percentual ainda bem abaixo dos 91% do mesmo período do ano passado, quando estava em curso a comercialização da safra 2015/16. A venda de milho, por sua vez, chegou a 60,5% da produção estimada em 28,1 milhões de toneladas, avanço de 13,8 pontos em relação a maio. No início de junho de 2016, os produtores já haviam vendido toda a produção, que foi menor que esperada em consequência de problemas climáticos. "No caso do milho, os leilões da Conab ajudaram muito e a alta do dólar arrematou", afirma Daniel Latorraca Ferreira, superintendente do Imea. Foram comercializadas 3,8 milhões de toneladas de maio até 12 de junho. Apesar do atraso em relação a 2016, agora as vendas estão mais aceleradas que na média das últimas cinco temporadas. Desde abril, a Conab vem realizando leilões para ajudar a escoar o milho produzido em Mato Grosso e garantir o preço mínimo de R$ 17,87 a saca de 60 quilos para os produtores. Mas a queda do real na comparação com o dólar também foi fundamental. Em 18 de maio, dia seguinte às primeiras notícias da delação de Joesley Batista, um dos donos da holding J&F, envolvendo o presidente Michel Temer, o dólar comercial subiu 8% e destravou as vendas de grãos, que estavam lentas em virtude dos preços baixos. Naquele dia, foram negociados 250,7 mil contratos de soja no mercado à vista (spot) na bolsa de Chicago, segundo maior volume já registrado para esse tipo de contrato. "O aumento das vendas de soja foi decorrente do câmbio", disse Ferreira. O superintendente do Imea destacou, entretanto, que as vendas já estão mais lentas novamente. Segundo ele, o produtor já liberou espaço nos armazéns para o milho e garantiu o custos dos insumos. Assim, a tendência é esperar cotações melhores em Chicago. Conforme o Imea, os preços da soja disponível e futura estavam acima dos R$ 70 a saca em maio de 2016. Atualmente, a média da saca de soja em Mato Grosso gira em torno de R$ 57. e os preços da soja não estimulam a venda, as cotações do algodão agradam. Os últimos dados do Imea mostram que as vendas de algodão em pluma chegaram a 70,15% da produção estimada em 986,6 mil toneladas na safra 2016/17 em Mato Grosso. A comercialização avançou 4,7 pontos percentuais ante o mês de maio. Em relação a junho de 2016, as vendas estão 14,5 pontos mais aceleradas. Os cotonicultores também aproveitaram a desvalorização do real, que estimula inclusive a antecipação das vendas do próximo ciclo. Quase 400 mil toneladas da produção que será colhida em 2017/18, já foram vendidas. O ritmo está mais intenso que o observado nesta mesma época no ano passado. Ainda não há estimativa para o volume total que deverá ser colhido no próximo ciclo e os cálculos do Imea leva em conta o volume previsto para 2016/17. Fonte: Avisite
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