Agropecuária | Publicada em 20/06/2017
Cada vez mais relevante na matriz energética, fontes como a eólica e a solar vêm crescendo e deixando de ser apenas uma simples geração complementar. O diretor da Siclo Consultoria em Energia Plinio Milano atesta que a onda da energia renovável veio para ficar. "A fonte de geração limpa é uma necessidade mundial."
Não há dúvidas, segundo o consultor, que, nos próximos anos, haverá um crescimento constante no uso dessa solução. Esse cenário não significa necessariamente a interrupção total da utilização dos recursos fósseis, como o gás natural ou o carvão. Mas Milano salienta que esse tipo de geração terá que se adaptar a um sistema de menor impacto ambiental, utilizando mais e melhores dispositivos que mitiguem as emissões.
O custo de energias como a eólica e a solar ainda não se equivale ao da geração de uma grande hidrelétrica, por exemplo. Entretanto, o diretor da Siclo acredita que está se encaminhando para isso. Entre os fatores que contribuirão para esse panorama de preços mais módicos estão o desenvolvimento de tecnologia e a fabricação em escala de equipamentos.
Os aerogeradores tecnicamente evoluíram, tendo mais potência, e esse fenômeno torna a energia mais barata. "Em uma torre, em que antes gerava-se 2 MW, agora gera-se 4 MW", descreve Milano. O mesmo verifica-se com os painéis fotovoltaicos. O consultor adianta que a tendência no futuro é trocar equipamentos antigos por novos, em usinas já consolidadas, para conseguir um melhor desempenho. O diretor da Siclo compara essa questão à substituição das lâmpadas incandescentes pelas LEDs, um produto mais eficiente, que aproveita a estrutura já existente.
Milano considera que o grande destaque hoje no País, dentro da área de energia, é a geração fotovoltaica. A produção eólica continua aumentando, mas não tão intensamente como no passado, enquanto a solar vem apresentando um incremento exponencial. Isso porque a geração eólica já tem uma base consolidada na matriz energética brasileira, e a solar é uma fonte "mais jovem". Milano argumenta que a sociedade cada vez precisa mais de energia e essa condição terá que ser vinculada a fontes menos poluentes.
O professor do curso de Energia Elétrica da UniRitter, Felipe Ramos, também acredita que o interesse pela energia renovável é algo duradouro. "É uma questão de tempo para que se tenha mais ligações de geração distribuída", projeta. A geração distribuída é a produção de eletricidade no local de consumo e tem se difundido muito no Brasil por meio dos painéis fotovoltaicos. Ramos explica que para a instalação de um sistema fotovoltaico é preciso observar a posição solar da residência e se a área do telhado tem espaço para colocar os aparelhos.
Segundo o professor, o sucesso da geração solar não significará necessariamente a limitação da eólica, já que as duas fontes podem crescer paralelamente. Ramos argumenta que a eólica, para empreendimentos de pequeno porte e em regiões metropolitanas, não tem uma eficiência tão grande. Porém, essa energia tem um bom potencial a partir de complexos de maior envergadura, os famosos parques eólicos.
Fonte: Jornal do Comércio
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