Agropecuária | Publicada em 16/06/2017
O governo federal anunciou o Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018. A FAEMG analisou o conteúdo e concluiu que, mesmo compreendendo as dificuldades do momento, observando algumas vantagens e retomadas, o plano poderia ter sido mais ousado, o que implicaria melhores resultados na produção e, consequentemente, maior escalada e retomada do aquecimento da economia.
O volume anunciado é de R$ 188,4 bilhões, valor inferior ao proposto pela CNA, e apenas 2,45% maior que o volume do plano anterior. Só o custo médio da produção subiu 13,5% de 2016 para 2017. A taxa de juros foi reduzida em um ponto percentual. O pleito da CNA foi parcialmente atendido, pois a proposta de redução era de dois pontos percentuais.
No que se refere ao seguro rural, item em que é preciso avançar a passos largos, o anúncio deixou a desejar. A proposta da CNA era de R$ 1,2 bilhão para 2018. Porém, foram anunciados apenas R$ 550 milhões, apesar de representar aumento de 37,5% em relação a 2017.
O Plano também reduziu os prazos máximos para o reembolso do custeio agrícola (de 24 para 14 meses), ABC (de 15 para 12 meses), Moderfrota (de 8 para 7 anos), Moderinfra (de 12 para 10 anos), Procap-Agro (de 6 para 2 anos) e Prodecoop (de 12 para 10 anos). A realidade do setor e de toda a economia não corresponde à redução de prazos para pagamento, mas, ao contrário, à ampliação, para maior segurança na produção, no resultado e, consequentemente, na necessária liquidez da atividade.
Há, também, pontos positivos: atenção ao crédito para armazenagem, grande gargalo da produção, por meio do PCA (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns), com redução de dois pontos percentuais na taxa de juros; inclusão de novos itens financiáveis no Inovagro; ampliação das fontes de financiamento; retomada do programa para renovação de canaviais – Pró-Renova Rural, entre outros.
Não se pode deixar de reconhecer que, na construção do Plano 2017/2018, houve significativo avanço no diálogo das nossas entidades representativas com o governo federal, com as instituições de crédito e seguradoras para que as políticas adotadas sejam mais apropriadas à realidade agropecuária, especialmente quanto à gestão dos riscos.
A FAEMG participou da construção das propostas que foram compiladas e capitaneadas pela CNA, para a discussão com o governo e demais setores envolvidos na elaboração final do plano anunciado. A Federação espera e atuará para que, independentemente do momento político e de seus rumos, as cifras anunciadas sejam executadas, com novas conquistas produtivas e resultados satisfatórios aos produtores.
Enfim, era esperada maior sensibilidade do governo federal neste plano, acatando pedidos que, ano a ano, são apresentados pela CNA e FAEMG, em razão da imensa contribuição que o produtor rural, a duras penas, deu ao país neste período de grave crise econômica.
Fonte: FAEMG
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