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Preços do açúcar devem subir até o fim do ano, estima Rabobank
Agropecuária | Publicada em 02/06/2017
Os preços do açúcar no mercado internacional devem ter alta até o fim do ano. A avaliação foi feita pelo gerente de pesquisa em Agroeconomia do banco holandês Rabobank, Andy Duff. O executivo lembrou que, no final do ano passado, as cotações da commodity na Bolsa de Nova York chegaram a bater US$ 0,24 por libra-peso. Atualmente, os contratos de prazo mais curto estão oscilando em torno dos US$ 0,15 a libra. Desde janeiro, a queda nos preços é de 25%. Para ele, os dois movimentos têm a mesma explicação: o dinheiro de fundos de investimentos.
“O preço do açúcar está baixo demais. não merecia estar tão alto naquele momento nem estar tão baixo agora. Os fundos turbinaram a subida e agora estão turbinando em sentido oposto”, avaliou, durante o seminário Perspectivas para o Agribusiness 2017 e 2018, promovido pela B3, em São Paulo (SP).
Para o executivo do Rabobank, a tendência é de uma virada no quadro global de oferta e demanda de açúcar. Depois de pelo menos dois anos de produção esperada menor que o consumo, a expectativa para o ciclo 2017/2018 é de um excedente da commodity.
No entanto, ele considera que a relação entre estoque e consumo está em um nível baixo e não deve ter alteração significativa. O mercado deve se manter com um quadro apertado de oferta e demanda.
“Os estoques vão aumentar, mas a relação estoque consumo não muda muito. Não estamos falando de um cenário de escassez para uma abundância de açúcar. O mercado ainda é bastante apertado”, afirmou.
Etanol
Usando como referência os números da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), que reúne as usinas do Centro-sul do Brasil, Andy Duff, disse acreditar em um quadro apertado de oferta e demanda no mercado brasileiro do combustível. Um cenário que pode influenciar na decisão das usinas, com consequências sobre a oferta de açúcar que o Brasil venha a colocar no mercado.
A entidade prevê uma moagem de 585 milhões de toneladas de cana na safra 2017/2018, que começou em primeiro de abril, 3,65% a menos que na safra passada. A produção de açúcar deve cair 1,2%, chegando a 35,2 milhões de toneladas. No etanol (somando o anidro e o hidratado), a redução deve ser de 3,71%, totalizando um volume de 24,7 bilhões de litros.
Do início da safra até a primeira metade de maio, o processamento de cana foi de 80,2 milhões de toneladas, 26,25% a menos que no mesmo período na safra 2016/2017. Até agora, saíram das usinas nesse período 3,94 milhões de toneladas de açúcar (-25,98%) e 3,10 bilhões de litros de etanol (-29,58%).
“Temos que ficar atentos ao clima. Houve paradas de moagem e impacto sobre a qualidade da cana. Os preços relativos podem levar a um direcionamento para etanol e o Brasil produzir menos açúcar do que o mercado espera”, disse ele.
Fonte: Revista Globo Rural
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