Agropecuária | Publicada em 10/03/2017
Não são apenas os grandes agricultores do país que ampliaram a demanda por crédito rural para investimentos. A demanda dos produtores familiares também está aquecida e, a pedido da categoria, o Tesouro decidiu aportar mais R$ 700 milhões às linhas de investimento do Pronaf. Os recursos virão de outras linhas do Plano Safra 2016/17 da agricultura familiar com desembolsos aquém do esperado. É a mesma estratégia adotada pelo Ministério da Agricultura para a agricultura empresarial.
Segundo a Secretaria Especial de Agricultura Familiar, vinculada à Casa Civil, uma portaria prevendo esses recursos adicionais deverá ser publicada no "Diário Oficial da União" nas próximas semanas. Conforme Éverton Augusto, diretor de crédito da secretaria, a complementação decorre sobretudo da forte procura de cooperativas agropecuárias do Sul do país - que começaram a reclamar do esgotamento dos recursos inicialmente disponíveis (também R$ 700 milhões) já no fim do ano passado. O Plano Safra 2016/17 terminará no dia 30 de junho.
Os recursos das linhas de investimento do Pronaf estão sendo direcionados, principalmente, para facilitar a compra de maquinário. Segundo Augusto, nos primeiros sete meses desta temporada (julho de 2016 a janeiro deste ano), todo o montante inicialmente ofertado para investimentos no plano da agricultura familiar foi contratado por cooperativas junto ao Banco do Brasil. Em 2015/16 esse total (R$ 700 milhões) foi liberado ao longo de toda a safra. A maior parte da demanda está concentrada na linha "Mais Alimentos", destinada à compra de máquinas agrícolas de menor potência com juros de 2,5% a 5,5% ao ano.
Quando se analisa o conjunto total das linhas de investimento do Pronaf, verifica-se que as contratações desta temporada, até o mês de fevereiro, somaram R$ 6,3 bilhões, ante R$ 6,9 bilhões no mesmo intervalo do ciclo passado.
Recentemente, a pedido do Ministério da Agricultura, o governo decidiu engordar o Moderfrota, linha de crédito para a aquisição de tratores e colheitadeiras que faz parte do Plano Safra da agricultura empresarial, exatamente por causa da demanda aquecida. Inicialmente, o governo reservou R$ 5 bilhões para a linha, mas R$ 2,5 bilhões adicionais já estão garantidos, provenientes de outras linhas com demanda menor.
Ontem, Geller também anunciou outro aporte de recursos dentro de linhas do Plano Safra 2016/17, desta feita para garantir mais R$ 100 milhões ao Programa de Construção de Armazéns (PCA). O volume inicialmente alocado para o PCA foi de R$ 2 bilhões, mas, segundo Geller, como a demanda superou as expectativas nos primeiros meses deste ano, haverá a necessidade de remanejar recursos da Prodecoop, uma outra linha de investimento voltada a cooperativas.
Valor Econômico
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