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Argentina terá 1º julgamento por suposto homicídio com agrotóxicos
Agropecuária | Publicada em 28/07/2016
Um produtor de tomates será submetido a partir de novembro ao primeiro julgamento na Argentina por suposto homicídio com agrotóxicos, caso cuja vítima é uma criança de quatro anos que morreu quase instantaneamente ao entrar em contato com o pesticida. A audição será realizada na cidade de Goya, na província de Corrientes, a partir do dia 21 de novembro, confirmaram fontes da denúncia à Agência Efe nesta terça-feira (26/7).
O réu é um produtor de tomates da pequena cidade de Lavalle, a dez quilômetros de Goya, que enfrenta acusações pelo "homicídio culposo" de Santiago Nicolás Arévalo e por "lesões culposas" a Celeste Estévez, prima da vítima.
Ambas as crianças, que viviam em uma área de plantação de tomates, brincavam em abril de 2011 nos arredores do sítio quando tiveram contato com o pesticida Endosulfan, pelo qual foram severamente intoxicados.
Santiago morreu no segundo hospital em que foi internado, após ser transferido em estado grave de outro por fortes dores em todo o corpo e vômitos. A autópsia determinou que a causa da morte foi intoxicação com o pesticida Endosulfan, produto utilizado no cultivo de hortaliças.
"É um produto totalmente nocivo que provoca a morte instantânea em quem o cheirar ou ingerir, ou através do contato com a pele", segundo explicou Julián Segóvia, advogado e membro da Fundação Infância Roubada.
O advogado explicou que no caso em questão, a criança teve contato com a substância venenosa ao pisar no barro de uma área onde havia resíduos do produto. A prima, que ficou três meses internada, se intoxicou ao inalar o produto.
"Tudo indica que, no caso de Santiago, a morte foi fulminante por ter pisado no produto, enquanto sua prima não", afirmou Segóvia.
O caso mais próximo a esse, segundo o advogado, é o de um julgamento realizado em 2012 província de Córdoba, mas que não teve vítimas, e sim contaminação crônica. Naquele julgamento, um produtor rural e uma pessoa que utilizou o fumigador foram condenados a três anos de prisão.
"Há muitas situações muito similares a estas, que não são conhecidas e não são denunciadas, com vítimas que talvez não chegam à morte, mas contraem doenças", disse Segóvia.
Fonte: Agência Efe
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