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Exportações de carne de frango crescem 13,86% no 1º semestre, informa ABPA
Agropecuária | Publicada em 13/07/2016
Conforme os números da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações de carne de frango totalizaram 2,26 milhão de toneladas no primeiro semestre de 2016, desempenho 13,86% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, com 1,99 milhão de toneladas.
A receita em dólar recuou 1%, para US$ 3,343 bilhões, em comparação com US$ 3,420 bilhões, na mesma base de comparação. Apenas em junho foram embarcadas 411,9 mil toneladas de carne de frango, alta de 41% ante 395,7 mil toneladas em junho de 2015. Em junho, a receita teve queda de 3,5% para US$ 661,7 milhões, na comparação com junho de 2015.
As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre frangos inteiros, cortes, salgados, processados e embutidos) devem encerrar 2016 com um total de 4,6 milhões de toneladas embarcadas, estima a ABPA, o que significa um crescimento de 8% na comparação com o volume exportado em 2015 (4,304 milhões de t). Os embarques devem ser impulsionados principalmente com as vendas para China, além de Oriente Médio, Japão e Coreia do Sul.
O presidente do setor de Aves da ABPA, Ricardo Santin, disse nesta terça-feira (12/7) que o crescimento da demanda será por aumento de renda dos chineses. "Tínhamos previsto um aumento na casa de 5%, mas agora estamos revendo isto", afirmou. Ele disse, ainda, que o ideal seria um dólar a R$ 3,50, mas que no nível atual ainda mantém a competitividade do produto brasileiro.
Produção
A produção brasileira de carne de frango deve atingir 13 milhões de toneladas ao fim do ano, uma queda em relação à 2015, para 13 milhões de toneladas, estima a ABPA. A nova projeção é 3,7% menor do que a prevista em dezembro pela associação (13,5 milhões de toneladas).
Em entrevista coletiva nesta terça-feira, em São Paulo, o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, destacou que, apesar do avanço dos embarques, o setor passa por uma crise de incremento de custos com a alta do dólar no início do ano e o avanço do preço do milho. "O mercado interno desacelerou e o consumo de carne bovina e de aves e suínos também. Se não tivéssemos exportado 270 mil toneladas a mais, teria sido muito complicado, seria um desastre para as empresas que teriam de leiloar carne", disse Turra. Ele afirmou que durante o primeiro semestre deste ano, o preço médio da saca de 60 quilos de milho, principal insumo usado na ração das aves, teve um preço médio de R$ 38 e que houve picos de R$ 65/saca.
Tura acrescentou, ainda, que os custos tiveram 30% de aumento, o milho teve uma alta de 81% em dólar, enquanto o preço do frango recuou 8%, o que fez empresas baixarem as portas. Ele citou a Minuano e a unidade da BRF em Jataí (GO). Ele disse que o setor tem feito "ginástica" para não demitir e que algumas companhias chegaram a ceder férias de cinco meses para funcionários. "Não há no setor quem não diga que vai produzir menos este ano", afirmou. "Estão reduzindo a produção para se precaver da dificuldade de ter estoques de milho e farelo de soja", acrescentou.
Exportação de suínos
A ABPA projetou que as exportações brasileiras de carne suína devem terminar o ano de 2016 com um total de 710 mil toneladas embarcadas, avanço de 28% na comparação com o registrado no ano passado. A associação não divulgou projeções de receita no acumulado do ano, durante a entrevista coletiva que ocorre nesta manhã, em São Paulo.
Conforme os números da associação, as exportações de carne suína totalizaram 353,3 mil de toneladas no primeiro semestre de 2016, desempenho 54,7% superior ao registrado no ano passado. A receita em dólar avançou 14,8%, para US$ 633,8 milhões. Apenas em junho foram embarcadas 61,322 mil toneladas, volume 29,5% superior ao mesmo mês de 2015.A ABPA prevê aumento dos embarques no segundo semestre, principalmente para a Rússia, além da abertura de novos mercados e aumento do consumo global, segundo afirmou Ricardo Santin.
Consumo doméstico
O consumo doméstico de carne suína e de frango deve ficar estável este ano no Brasil, em linha com o registrado no ano passado, segundo a ABPA. Em 2015, o consumo per capita de carne de frango atingiu índice médio de 43,25 quilos, saldo 1,1% maior que o obtido no ano anterior. Já o consumo per capita de suínos atingiu 15,08 quilos por habitante/ano, índice 2,52% superior ao obtido em 2015.
"A única maneira de ver reaquecido o consumo é ter menos gente desempregada", afirmou o presidente Turra, nesta terça-feira. "Vamos ficar parecidos com os índices do ano passado", acrescentou Ricardo Santin.
Com isto, o setor deverá continuar se apoiando nas exportações, que devem avançar para os dois produtos este ano, nas projeções da ABPA. Em especial para a carne suína, a associação espera que as vendas avancem principalmente para Rússia e China.
Em relação ao país do leste europeu (atual principal comprador de carne suína brasileira), Turra afirmou que espera mais fidelidade do mercado este ano. "Fizemos uma viagem com a ex-ministra Kátia Abreu (PMDB-TO) e pedimos mais fidelidade, fizemos isso solenemente", afirmou. "Também há a volta do petróleo aos níveis de 50 dólares o barril que devem ajudar as compras de outros exportadores", disse Santin.
Sobre a China, Santin afirmou que a produção de frangos local deve ser reduzida este ano porque houve menor importação de matrizes de países que foram atingidos pela gripe aviária no ano passado. Santin citou ainda que as exportações de carne de frango pelos Estados Unidos, segundo principal exportador mundial atrás do Brasil, caíram no primeiro quadrimestre, enquanto as do Brasil avançaram. Os norte-americanos ainda se ressentem do surto de gripe aviária que atingiu a região no ano passado.
Fonte: Estadão Conteúdo
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