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Câmara autoriza processo de impeachment contra Dilma Rousseff
Agropecuária | Publicada em 18/04/2016
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou a continuidade do processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff, neste domingo (17/4). O voto número 342, que selou a vitória dos grupos favoráveis ao afastamento, foi do deputado Bruno Araújo, do PSDB de Pernambuco, proferido pouco depois das 23 horas. Ao todo, o "sim" totalizou 367 votos, o "não" 173. Foram contabilizadas sete abstenções e duas faltas, por questões médicas.
“Está autorizada a instalação do processo contra a presidente da República por crime de responsabilidade”, declarou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mencionando a ação movida pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaina Paschoal. Foram seis horas de votação para avaliar o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que disse ter visto indícios de crime de responsabilidade por parte da presidente.
Antes mesmo da votação chegar ao necessário de votos favoráveis ao processo, a base governista já admitia a derrota no Plenário da Câmara. Chamando a votação de golpe, o líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE) classificou o processo como uma agressão à legalidade, de acordo com o divulgado pela Agência de Notícias da Câmara.
Com o resultado, o Senado Federal passa a analisar o processo contra a presidente e decidir sobre seu afastamento definitivo do Palácio do Planalto. O prazo previsto é de seis meses para que seja feito o julgamento da ação que acusa Dilma de crime de responsabilidade. Se condenada, além de perder o cargo, fica inelegível por oito anos.
O processo deve ser enviado ao Senado Federal já nesta segunda-feira (18/4). Na mesma entrevista em que admitia a derrota na Câmara, o petista José Guimarães buscava demonstrar confiança na reversão da situação pelos senadores. “Os golpistas venceram, mas a luta continua. Vamos barrar o processo no Senado. O Senado pode corrigir essa ação dos golpistas”, enfatizou, também segundo a Agência Câmara.
"Próxima e decisiva batalha"
Em nota divulgada em seu site oficial, o PT, partido da presidente Dilma Rousseff, avaliou que “a infâmia e o golpismo feriram a democracia”. Reafirmando a posição de que o processo de impeachment é uma “fraude”, o presidente do partido, Rui Falcão, criticou o presidente da Câmara e, sem citar diretamente seu nome, o vice-presidente Michel Temer, a quem chamou de conspirador.
Já o PMDB, de Temer e Cunha, destacou que, seguindo a orientação da bancada, a maior parte dos deputados do partido votou a favor o impeachment. No entanto, o líder do partido na Casa, deputado Leonardo Picciani, proferiu voto contrário ao processo contra a presidente Dilma Rousseff.
O PSDB comemorou a vitória na Câmara. Em nota, o presidente da legenda, senador Aécio Neves, destacou que o impeachment é um instrumento previsto na Constituição e também pediu mobilização a favor do afastamento da presidente da República.
Fonte: Globo Rural
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