Agropecuária | Publicada em 12/04/2016
Algumas regiões do País enfrentam sérios problemas relacionados à escassez da água. Essa situação pode estar relacionada à falta de planejamento de uso dos recursos naturais, não só em atividades agropecuárias, mas também em expansões urbanas. Fiscais federais agropecuários aproveitam o Dia Nacional da Conservação do Solo (15/4) para lembrar da importância do manejo das microbacias hidrográficas na preservação do solo e da água.
Pode-se dizer que a microbacia hidrográfica é uma área geográfica delimitada por divisores de água, drenada por um rio ou córrego, para onde escorrem as águas das chuvas. Uma bacia hidrográfica reúne várias microbacias, que têm nos solos verdadeiras caixas d’água para suprir as plantas e abastecer os lençóis freáticos. O planejamento de uso dos recursos naturais dessas microbacias significa ajustar as tecnologias agropecuárias à capacidade de uso do solo, da água e da própria biodiversidade, imprimindo, assim, o verdadeiro desenvolvimento sustentável, tendo como beneficiários diretos as comunidades rurais.
De acordo com o fiscal federal agropecuário e engenheiro agrônomo Maurício Carvalho de Oliveira, grande parte da água que a natureza nos oferece se perde por falta de gestão integrada das bacias hidrográficas. “Temos a responsabilidade, tanto na área urbana, toda impermeabilizada, quanto na área rural, de reter a maior parte da água na própria bacia. A reserva dessa água precipitada, por exemplo, para a agricultura irrigada, seria uma das estratégias para minimizar eventos climáticos críticos como as secas. Seria estocar água em tempos de abundância, para usar em periodos de escassez”, destaca o fiscal.
Segundo ele, os diferentes tipos de solo, relevo e profundidade necessitam de avaliação da capacidade produtiva da terra, a fim de integrar o planejamento de infraestruturas necessárias ao desenvolvimento econômico, dentro dos princípios conservacionistas. “O planejamento conservacionista do solo e da água nas microbacias permite a máxima infiltração das águas das chuvas, com reflexos positivos na perenização dos cursos d’água, no controle da erosão do solo e das enchentes, sempre recorrentes”, destaca.
No Brasil, segundo o agrônomo, o planejamento de uso dos recursos naturais tem sido pouco adotado, exceto em aguns Estados, que até contam com financiamento externo, como São Paulo, Paraná, Santa Catarina. “São Estados que têm boa experiência com o trabalho em microbacias. Esses trabalhos resultam em melhora da produtividade das atividades agropecuárias, em economia na manutenção de estradas vicinais, na recuperação de nascentes e na melhoria de todo o equilíbrio dos ecossistemas da bacia”, afirma o fiscal federal agropecuário.
Para Maurício, os trabalhos em microbacias precisam ser fortalecidos no País como um todo, mas principalmente no âmbito dos municípios, onde, segundo ele, se produz o alimento. “Cabe aos diferentes níveis de governo incentivar e implementar trabalhos de manejo de microbacias com vistas ao desenvolvimento sustentável”, enfatiza.
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