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Vendas de gado comercial dobram, mas futuro é incerto
Agropecuária | Publicada em 16/03/2016
A Estância Bahia Leilões, de Cuiabá e Água Boa, em Mato Grosso, uma das maiores vendedoras de gado comercial do Brasil, comandou 20 pregões até meados de março passado e vendeu 44 mil animais. Segundo seu diretor, Nilton de Paula, no mesmo período do ano passado, foram comercializadas 28 mil cabeças. Detalhe importante: produtores capitalizados estão investindo como alternativa de proteção ao seu capital. Compram garrotes, por exemplo, e colocam no pasto sem previsão de abate. Até a tempestade econômica cessar, explica de Paula.
Os preços são firmes, segundo o diretor. No caso dos bezerros, a cotação está ao redor de R$ 1.200. É igual à do ano passado, quando havia muita dificuldade para encontrar e disponibilizar gado para reposição. “Este ano está mais fácil encontrar, mas mesmo assim o preço se mantém alto”, afirma de Paula.
Liquidez e preços firmes significam que a pecuária irá de vento em popa até dezembro próximo? Talvez sim, talvez não, opina de Paula. É que o preço da saca de milho a R$ 38 espalha dúvidas acerca do futuro. “Mesmo a arroba do boi a R$ 130 não cobre os custos.” Segundo ele, se não houver um aumento na arroba, pode até faltar boi gordo. “A entressafra vai começar, as chuvas diminuem e a tendência é de os pastos ficaram secos.”
São motivos que levam de Paula a não dar uma opinião definitiva. “Não tem como. As exportações crescem, o mercado interno não decepciona, porém há ainda o impasse econômico e político que o Brasil vive”, diz.
Ele acredita que os confinamentos não devem ficar cheios neste ano. “O produtor está indeciso por conta dos custos altos e do cenário econômico.” De Paula sinaliza para uma mudança no sistema intensivo: “O confinamento deve ficar na mão de grandes grupos, pois os pequenos produtores – ao redor de 3.000/4.000 cabeças fechadas – vão rodar menos boi diante de um cenário de fretes caros e milho também.”
Fonte: Globo Rural
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