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Azeite da fronteira disputa mercado com importados

Agropecuária | Publicada em 14/03/2016

Executivo de uma indústria química especializada em insumos para produção de uva, o engenheiro agrônomo Fernando Rotondo, peruano naturalizado brasileiro, já conhecia bem o potencial da região ao redor de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, quando decidiu adquirir ali uma propriedade. Era o ano de 2008. Dispostos a abandonar o estresse da metrópole, ele e a mulher, Sibele, arremataram uma fazenda de 92 hectares com o firme propósito de plantar oliveiras. “O lugar está em pleno paralelo 31, na mesma linha da Austrália, África do Sul e San Juan, na Argentina, algumas das regiões que mais crescem na fabricação de azeites”, explica. Em julho deste ano, o Ouro de Santana começou a desembarcar nas gôndolas de São Paulo. E já disputa espaço com produtos premium importados: a garrafa com 500 mililitros chega ao consumidor final por, em média, R$ 40. Rotondo começou devagar e fez um plano de negócios a longo prazo. Após corrigir a acidez do solo com calcário, adquiriu, de um fornecedor paulista, 10 mil mudas das espécies arbequina, arbosana, koroneiki, frantoio, picual e manzanilla – esta última, de baixa produtividade na extração de azeite, ficou reservada à produção de azeitonas de mesa. Irrigadas por gotejamento, as mudas receberam adubação orgânica à base de húmus de minhoca e rocha fosfórica e aplicação foliar de cálcio e boro (com 1.500 mililitros, em média, de chuva ao ano, a região é famosa pelos verões secos, condição climática ideal para as oliveiras). Em três anos, realizou-se a primeira colheita. E nem o próprio casal Rotondo esperava produção tão generosa: 22 toneladas de frutos.

Como ainda não dispunha de uma planta para processamento das azeitonas, Rotondo alugou a fábrica recém-instalada de um vizinho. Mas não ficou feliz com o resultado – os 2.200 litros de azeite obtidos ficaram aquém de suas expectativas. “A fazenda dele está a três horas de distância e, chegando lá, não éramos prioridade. Não é ideal para o azeite de alta gama que eu queria produzir.” Explica-se: quanto mais rápida a extração do azeite, mais intensos são os aromas frutados e as notas amargas e picantes, características que destacam os azeites sul-americanos.

Para a safra 2015, Rotondo se preparou: investiu R$ 3 milhões em uma planta com capacidade para processar 200 quilos de azeitonas por hora. Colhidas a poucos passos do galpão, chegam instantaneamente ao ambiente climatizado, onde repousam por cerca de uma hora, a 25 ºC, antes de entrar na centrífuga italiana RCM Rapanelli. “O processo se conclui em menos de três horas”, comemora o produtor. O líquido é então acondicionado em tanques de aço inoxidável, para que os resíduos de matéria orgânica se depositem no fundo, e passa pela filtragem. Toda a escala é minúscula: um único funcionário se encarrega do engarrafamento manual.

Mercado de luxo

Desta vez, porém, Rotondo está radiante com o resultado – seus azeites monovarietais das espécies arbequina e arbosana já estão à venda nas lojas da rede St Marche, na Casa Santa Luzia e no Empório Santa Maria, entre outras casas voltadas ao mercado de luxo. “O mais importante agora é gerenciar os estoques, para que não falte azeite na gôndola. Alguns concorrentes fracassaram porque, na ânsia de vender muito, acabaram sumindo das prateleiras.”

Por enquanto, a venda de azeites responde por apenas 20% do faturamento da fazenda. O grosso da receita vem da venda de mudas, uma frente de negócios que vem se mostrando altamente rentável. Em estufas com sistema de gotejamento e camas de perlita que aceleram o enraizamento, Rotondo já produz cerca de 100 mil mudas por ano. O produto vem acompanhado de assessoria completa, que ele batiza de “consultoria de butique”. O custo de implantação de um olival é de R$ 7 mil por hectare, mais R$ 3.500 por ano, por hectare, de manutenção. Entre as dificuldades está a necessidade de mão de obra especializada mesmo para tarefas simples como a poda. “A oliveira é como o café, que frutifica nos ramos do ano anterior. Se podo demais, comprometo a produção”, explica. A colheita, inteiramente manual, é outro momento crítico: munidos de grandes pentes plásticos importados, os funcionários derrubam as azeitonas em telas de sombrite sobre o chão. “Mantenho apenas cinco pessoas na equipe durante o ano inteiro, mas chego a 35 contratados durante a colheita, entre fevereiro e março.” Ainda assim, não tem faltado cliente – e 10% são da própria cidade e arredores. Eles miram um mercado promissor, que consome 70.000 toneladas de azeite por ano (quase tudo importado) e tem muito apetite para crescer.

Fonte: Globo Rural

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