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Economia colaborativa gera ganhos para quem compra e vende

Agropecuária | Publicada em 03/03/2016

Toda semana, em algumas regiões da Europa, vizinhos se reúnem para retirar alimentos comprados online e conhecer os responsáveis pelos cultivos. Em galpões, garagens ou cômodos de alguma residência, os pedidos feitos no site francês La Ruche Qui Dit Oui (“a colmeia que diz sim”) são estocados e distribuídos. Com o lema “vamos comprar juntos a melhor comida disponível, direto de produtores locais”, a iniciativa conta hoje com cerca de 800 bases em todo o continente. Para armazenar os produtos, é necessário que o interessado tenha um local adequado disponível e consiga, no mínimo, 40 consumidores. A ação de intermediários e varejistas é dispensada: o negócio é feito entre produtores e consumidores.

A experiência de comercialização faz parte de um fenômeno recente de mercado chamado economia colaborativa ou compartilhada. Dora Kaufman, professora e pesquisadora da Escola de Comunicações e Artes da USP, explica que a novidade nessa forma de fazer negócio é a maneira comoa relação é impulsionada pelas tecnologias digitais, que promoveram formas inéditas de interação entre empresas, produtores e consumidores. “Antes, os produtores se uniam para vender, mas vendiam para supermercados, atacadistas. Agora, eles se unem em comunidades e vendem direto para o consumidor”, afirma.

Ao mudar a natureza da interatividade, possibilitando formas de compartilhamento nunca antes vistas, as tecnologias digitais rearranjam os atores econômicos. Os novos modelos vão desde a interação direta em serviços de transporte como Uber ou de hospedagem como o Airbnb até o compartilhamento de projetos em impressoras 3D.

A colmeia francesa reflete um segmento do mercado de alimentos bastante presente em países desenvolvidos. Na Grã-Bretanha, o site FarmDrop disponibiliza produtos online por meio de parcerias com mais de 50 pequenos agricultores. “Vender direto significa um melhor negócio para o produtor: eles recebem uma parte mais justa do dinheiro que você gasta”, diz o site. Na Austrália, a Open Food Network quer conectar produtores, distribuidores, varejistas e atacadistas. “Entendemos o que é ser um produtor porque viemos da terra. Trabalhamos para trazer de volta a justiça alimentar”, apregoa a organização sem fins lucrativos, que se mantém por meio de doações, crowdfunding e voluntariado – tudo possibilitado pela internet.

Novos negócios

O engenheiro agrônomo Fernando Kolya afirma que o novo modelo econômico tem potencial para redefinir as relações na cadeia produtiva, ao diminuir o monopólio de compra e mediação. “É como se na internet tivéssemos uma feira livre, 24 horas por dia, sete dias por semana”, diz Koyla. Especialista em agronegócios, ele explica que o custo para entrar no comércio convencional é muito alto para o agricultor da pequena propriedade, que ainda tem parte de sua renda capturada por intermediários.

Apesar de promissor, o modelo tem seus entraves. Para Koyla, o principal limitador é o transporte até os compradores, pois os agentes intermediários desempenham hoje papel fundamental. “A venda direta tem potencial de reduzir custo, mas o desafio da logística precisa ainda ser superado”, diz. Antes de pensar em entrega direta, ele acredita que os postos de retirada devam ser mais efetivos, para garantir a qualidade do produto, como ocorre na iniciativa francesa.

Pós-capitalismo

A economia colaborativa também pode ser praticada sem predominância das tecnologias digitais. No Brasil, o Instituto Chão oferece, em sua loja na Vila Madalena, em São Paulo (SP), produtos orgânicos e artesanais a preço de custo, direto do produtor. Sem lucrar com as vendas, o empreendimento é bancado por doações dos frequentadores ou de colaboradores mensais, e todas as contas são abertas ao público.

O projeto, criado por sete sócios, foi inaugurado no início deste ano. De acordo com Agatha Fernandes, porta-voz do instituto, o grande diferencial do modelo é o fato de ser baseado na transparência, horizontalidade e construção coletiva. “A sede foi projetada para ser um espaço de convivência, trabalho e reflexão, onde possamos encaminhar ações conjuntas que promovam a sustentabilidade econômica, social e ambiental.” A intenção de trabalhar com pequenos e médios produtores surgiu exatamente desses ideais. “Pensamos em trabalhar com os produtores que já são historicamente mais explorados e menos remunerados. Quanto mais livre o outro for, mais todos seremos. Isso é a essência do nosso trabalho.”

É possível que, no futuro, novos mecanismos de troca e comercialização na agricultura provoquem distúrbios na cadeia de mercado. “Pode acontecer. Assim como o Airbnb provocou nos hotéis em Nova York e o Uber com taxistas”, diz Koyla.

Fonte: Globo Rural

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