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Vale espera demanda enfraquecida por fertilizantes no curto prazo
Agropecuária | Publicada em 26/02/2016
A Vale espera demanda enfraquecida por fertilizantes no curto prazo, especialmente no Brasil. A avaliação está no balanço da mineradora, divulgado nesta quinta-feira (24/2), que mostra queda de receita do segmento no último trimestre e no acumulado do ano passado.
“No curto prazo, o consumo pode permanecer fraco, especialmente no Brasil, já que compradores de fertilizantes continuam a adiar compras com a expectativa de uma recuperação do mercado de crédito e maiores preços das commodities agrícolas”, informa o relatório.
A receita líquida (descontados os custos) de fosfatados foi de US$ 387 milhões no intervalo de outubro a dezembro de 2015. O desempenho foi afetado pela queda nos preço e menores volumes de venda. O valor é 34,18% menor que o do terceiro trimestre de 2015 (US$ 588 milhões) e 10,41% inferior ao do período de outubro a dezembro de 2014.
O volume vendido no período foi de 1,694 milhão de toneladas, queda de 28,4% em relação ao terceiro trimestre do ano passado (2,336 milhão) e de 8,53% quando comparado com o último trimestre de 2014 (1,852 milhão de toneladas).
As quedas nas cotações e na quantidade vendida tiveram efeito também no desempenho dos nitrogenados. O faturamento líquido foi de US$ 76 milhões no quarto trimestre de 2015. O resultado ficou 17,39% menor que o do terceiro trimestre do ano passado (US$ 92 milhões) e 29,62% inferior ao do quarto trimestre de 2014 (US$ 108 milhões).
As vendas no período foram de 154 mil toneladas, 16,75% a menos que no terceiro trimestre do ano passado (185 mil toneladas) e queda de 10,46% em relação ao intervalo de outubro a dezembro de 2014 (172 mil toneladas).
A receita líquida com potássio foi de US$ 33 milhões entre outubro e dezembro do ano passado. De acordo com a Vale, a redução dos preços internacionais foi um dos fatores que influenciaram o resultado. Outro foi o menor teor do insumo nas minas, que tiveram impacto na produção. Na avaliação da Vale, o mercado de potássio ainda tem uma situação de excesso de oferta e demanda fraca.
O valor é 29,78% menor que o trimestre anterior (US$ 47 milhões) e 26,66% inferior ao do quarto trimestre de 2014 (US$ 45 milhões). O volume vendido, 114 mil toneladas, é 26,45% menor que o do terceiro trimestre de 2015 (155 mil toneladas) e 5,78% inferior ao quarto trimestre do ano retrasado (121 mil toneladas).
Diante da situação, o relatório menciona ajustes na oferta como medida de reequilíbrio. “O mercado de potássio pode voltar ao equilíbrio no curto prazo com cortes de produção e nenhuma capacidade adicional instalada em 2015. O fosfato pode também melhorar com corte de produção”, informa o documento.
Acumulado do ano
Em todo o ano passado, a receita líquida com fosfatados foi de US$ 1,818 bilhão, valor 4,51% menor que o de 2014 (US$ 1904 bilhão). O volume vendido caiu 3,15% de um ano para outro, de 7,903 milhão para 7,654 milhão de toneladas.
Nos nitrogenados, a Vale faturou US$ 355 milhões, 13,62% abaixo do registrado em 2014 (US$ 411 milhões). O volume comercializado no ano passado foi de 641 mil toneladas, uma queda de 5,73% em comparação com a quantidade vendida em 2014.
A receita líquida com as vendas de potássio foi de US$ 147 milhões no ano passado, queda de 13,01% em relação a 2014 (US$ 169 milhões). O volume vendido, 463 mil toneladas, é 2,52% menor que o do ano retrasado (475 mil toneladas).
Apesar da queda de receita, o segmento de fertilizantes aumentou sua participação no desempenho geral da Vale no ano passado, respondendo por 8% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) do ano passado. Em 2014, essa parcela tinha sido de 2,1%. A direção da empresa credita o resultado do setor (Ebitda de US$ 567 milhões) a redução de custos e impacto positivo de variações cambiais.
Resultado geral
No total, a Vale encerrou 2015 com um prejuízo líquido de US$ 12,129 bilhões, revertendo o resultado do ano anterior, quando a mineradora tinha lucrado US$ 657 milhões. Só no quarto trimestre do ano passado, o resultado líquido foi negativo em US$ 8,569 bilhões. O faturamento líquido (descontados os custos) foi de US$ 25,609 bilhões em 2015. No ano anterior, tinham sido de US$ 37,539 bilhões.
De acordo com dados da consultoria Economática, o prejuízo da Vale em 2015 é o maior já registrado por uma empresa de capital aberto brasileira desde 1986. A conclusão se baseia no resultado convertido para reais, que chegou a R$ 44,2 bilhões, ajustado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano passado.
O ranking considera todas as empresas, mesmo as que, posteriormente tenham sido extintas ou fecharam seu capital. Em segundo lugar, aparece o prejuízo do Banco Nacional registrado em 1995, de R$ 26,455 bilhões, seguido pelo Banco do Brasil, que registrou em 1996 um resultado negativo de 24,806 bilhões. Na quarta colocação, aparece o prejuízo da Petrobras de 2014, de R$ 23,891 bilhões.
Fonte: Globo Rural
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