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COP 21 e agronegócio: Quanto o governo brasileiro estaria disposto a investir?
Agropecuária | Publicada em 15/12/2015
“É necessário transformar o agronegócio brasileiro em referência mundial no sequestro de carbono e redução de emissões de gases de efeito estufa com a produção de bioenergia. Mas, isso requer investimentos. Os países mais ricos se propuseram a investir US$ 100 milhões por ano em países em desenvolvimento, no financiamento de atividades que busquem a meta estabelecida no COP-21. Quanto o governo brasileiro estaria disposto a investir?” O questionamento é feito por Ciro Antonio Rosolem, vice-presidente de Estudos do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS).
Ele relembra que a COP 21 (Conferência da ONU sobre o Clima, em Paris) estabeleceu um marco legal para ações de combate às mudanças climáticas, a fim de conter o aquecimento global. “No Brasil, a redução de emissões passa, obrigatoriamente, pelo agronegócio. Esse mesmo que deverá estabelecer novo recorde de produção na safra 2015/16, com uma safra estimada em quase 211 milhões de toneladas”, ressalta Rosolem.
“Um mecanismo importante é o Programa Agricultura de Baixo Carbono, que vem se desenvolvendo abaixo do que seria desejável, pois ainda há sérios entraves à sua adoção generalizada. A ideia é boa e o financiamento atrativo, mas, na prática, a teoria tem sido outra. Todos sabemos que o Brasil do agronegócio moderno cresceu apesar do Estado”, lembra o especialista, que também é professor da Faculdade de Ciências Agrícolas da Unesp Botucatu.
“Espero que a ministra Izabella (Meio Ambiente) seja tão eficiente em apoiar o agronegócio brasileiro quanto foi em lutar pelas metas de redução de emissão de gases de efeito estufa em Paris. Se estima que somente a implantação do Código Florestal demandará de R$ 150 a 200 bilhões”, aponta.
Segundo o dirigente do CCAS, o Brasil precisa de “muito mais que só dinheiro. A agricultura brasileira ainda clama por regras claras, segurança jurídica, segurança fundiária, legislação trabalhista adequada e infraestrutura. Temos muito conhecimento de como fazer agricultura de baixo carbono nos trópicos, mas ainda temos muito a aprender. Para isso é necessário investimento em pesquisa. Assim, o agronegócio pode oferecer grande contribuição à humanidade, muito além da produção de alimentos, fibras e energia. Mas é necessário apoio governamental. É necessária uma clara opção pelo agro”.
Fonte: Agrolink
Autor: Leonardo Gottems
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