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Boias de contenção não impedem que lama atinja vegetação na foz do Rio Doce
Agropecuária | Publicada em 24/11/2015
As boias de contenção instaladas às margens do rio Doce para proteger a vegetação na foz [ponto em que deságua no mar], no vilarejo de Regência, próximo à cidade de Linhares (ES), não conseguiram conter completamente a lama de rejeitos do desastre de Mariana (MG).
Essa região, onde o rio se encontra com o mar, é berçário de uma espécie de caranguejo chamado de Guaiamu. A onda de rejeitos atingiu a vegetação e os locais onde vivem os caranguejos. As boias, instaladas pela Samarco, são tradicionalmente usadas na contenção de vazamentos de óleo, por isso, não se tinha certeza da efetividade da estratégia. Segundo a empresa, foram instalados nove quilômetros de barreiras de contenção para proteger as áreas mais sensíveis do estuário (ambiente de transição entre o rio e o mar) localizado em Regência, distrito de Linhares.
“Segundo análises realizadas nesta manhã, a eficiência das barreiras instaladas nas áreas protegidas chegou a ser de até 80%, se compararmos a turbidez da água de dentro do estuário ao canal principal do rio”, diz a empresa.
A empresa acrescentou que as consequências que não puderem ser mitigadas com essas ações estarão cobertas pelo Termo de Compromisso Socioambiental (TCSA) preliminar, assinado com o Ministério Público do Espírito Santo, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho. Esse termo de compromisso “prevê medidas que visam garantir o abastecimento de água em áreas atingidas, a apresentação do Plano Emergencial de Contenção, Prevenção e Mitigação dos Impactos Ambientais e Sociais, além da disponibilização de canais de comunicação com as comunidades dos municípios de Baixo Guandu, Colatina, Linhares e Marilândia”.
A Samarco diz ainda que contratou uma empresa especialista “em desastres dessa magnitude, que se dedicará à elaboração dos planos, gestão e supervisão das ações que serão implementadas em todas as áreas impactadas ao longo do Rio Doce”.
A barragem de Fundão, localizada em Mariana (MG), rompeu no dia 5 de novembro, gerando enxurrada de rejeitos de mineração. A barragem é da mineradora Samarco, que pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton.
Desaparecidos
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais fez no domingo (22/11) buscas por desaparecidos no desastre de Mariana, mas de acordo com a corporação não foram encontrados corpos. Ainda são procuradas onze pessoas.
O trabalho hoje teve o reforço de 25 alunos da Academia de Bombeiros Militar, que continuaram com as buscas no distrito Ponte do Gama. Segundo o Corpo de Bombeiros, houve atenção especial para as áreas indicadas pelos cães nos trabalhos de ontem. “A área é de difícil acesso, de mata fechada e de relevo acidentado e as equipes de busca serão móveis”, informou, em nota, o Corpo de
Bombeiros.
Os bombeiros também fizeram buscas na área da Barragem de Fundão, onde já havia sido encontrados três veículos cobertos pelos rejeitos de minério. “Uma equipe de bombeiros militares, com o auxílio de uma retroescavadeira da Samarco, está trabalhando na área para acesso aos veículos. A aeronave Arcanjo, do Batalhão de Operações Aéreas, conduziu uma equipe com cães para o local com a finalidade de refinar as buscas”, acrescentou o Corpo de Bombeiros.
A barragem de rejeitos de Fundão, localizada em Mariana (MG), rompeu no dia 5 de novembro, gerando enxurrada de rejeitos de mineração. A barragem é da mineradora Samarco, que pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton.
Fonte: Agência Brasil
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