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Testes de toxicidade em ratos são distorcidos, diz estudo
Agropecuária | Publicada em 03/07/2015
De acordo com estudo publicado na revista Plos One (EUA), os testes de toxicidade de produtos químicos realizados em ratos de laboratório estão distorcidos e, portanto, comprometidos. Isso porque a ração usada na alimentação das cobaias já conteria quantidades significativas de contaminantes, tais como pesticidas e transgênicos.
O artigo é de autoria do professor francês Gilles-Eric Séralini e pesquisadores da Universidade de Caen. Eles relatam terem encontrado vestígios de 262 pesticidas, quatro metais pesados, 17 dioxinas, 18 PCBs (bifenilos policlorados) e 22 organismos geneticamente modificados (OGM, transgênicos) em 13 amostras de alimentos secos.
A pesquisa afirma ainda que as concentrações de vestígios detectadas são significativamente maiores do que a dose diária aceitável em alimentos para seres humanos. O inseticida pirimifós-metil, por exemplo, aparece 22 vezes acima da ingestão diária permitida. O glifosato, por sua vez, estaria 3.700 vezes além do normal.
“Isso significa que esses alimentos são altamente contaminados com pesticidas […] e invalidam a utilização de dados históricos”, conclui Séralini.
No entanto, o estudo foi alvo de críticas de especialistas. “Os autores não mediram os efeitos da dieta na saúde e, portanto, não é possível dizer se a contaminação alimentar desempenha um papel nos problemas de saúde dos ratos de laboratório, como alegado pelos autores”, dispara a professora Tamara Galloway, da Universidade de Exeter.
O professor Séralini já tem um histórico de polêmica em suas pesquisas. Um trabalho anterior sobre os efeitos dos transgênicos e do pesticida Roundup em ratos foi desacreditado pela Monsanto, pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) e pela Agência de Segurança Nacional de Saúde (Anses).
Fonte: Agrolink
Autor: Leonardo Gottems
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