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Volta às origens: Brasil exporta genética zebuína para a Índia

Agropecuária | Publicada em 06/04/2015

Depois de décadas servindo de base para a formação do rebanho bovino do Brasil, a Índia passa a contar com a genética brasileira para aprimorar sua própria pecuária, especialmente a de leite. Centrais de coleta estão embarcando sêmen bovino para o mercado indiano, especialmente da raça gir leiteiro.

As exportações foram viabilizadas depois de negociações entre os dois governos para estabelecer um protocolo sanitário para testes e seleção. O diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques, conta que as conversas começaram a partir de uma intenção do Brasil de retomar a importação de material genético da Índia, que estava suspensa desde meados dos anos 60 do século passado. O acordo foi concluído em 2010 depois de dois anos de negociações e beneficiou as duas vias.

 Segundo ele, em novembro de 2012 foi registrada a última importação de embriões bovinos da Índia ao Brasil, um processo que envolveu, inclusive, a seleção feita in loco por pecuaristas brasileiros. O material foi testado, isolado e inseminado em vacas brasileiras “para blindar o Brasil da entrada de doenças”, diz Marques.

E, neste ano, foram feitas as primeiras exportações de genética zebuína brasileira para o mercado indiano. “A exportação é possível para qualquer empresa que se enquadre às normas indianas e esteja registrada no Ministério da Agricultura. Esse registro garante que o material seja submetido aos testes necessários, tenha controle e seja auditado”, explica Guilherme Marques.
 
 

“Chegar a um protocolo sanitário que atendesse os dois países foi a parte mais difícil”, avalia Fernando Vilela gerente de produção da ABS Pecplan, com sede em Uberaba (MG). A empresa embarcou em fevereiro deste ano cerca de mil doses de sêmen de dois animais: Diamante de Brasília e Castelo TE Kubera, touros, de acordo com a companhia, considerados provados como transmissores de alta produtividade leiteira.

Para 2015, ele conta que já há outra encomenda para o mercado indiano, de 10 mil doses, que devem ser embarcadas em torno de três ou quatro meses, em função dos testes necessários. “Eles já estão olhando girolando e nelore.”

Outra central que já realizou embarques para a Índia foi a CRV Lagoa, de Sertãozinho (SP). Material genético – 500 doses de sêmen – dos touros Opala, Delgado e Código – integrantes da bateria leiteira da empresa e também considerados provados na sua aptidão – foram embarcadas em março. De acordo com a empresa, o negócio foi viabilizado por um empresário que trabalha com importação e exportação de genética bovina. Ele foi intermediário da operação. De uma lista de 30 touros, foi feita uma primeira seleção de dez. Depois, outros sete foram descartados.

“A genética brasileira pode contribuir tanto em produção de leite como em conformação funcional, pois, através da seleção, houve evolução da raça gir no Brasil”, comenta a gerente de produto leite da CRV, Tatiane Tetzner, sobre a raça originária na península de Kathiavar. “A expectativa de novos negócios é positiva, já que eles estão escolhendo outros touros”, acrescenta.
Mercado

A entrada no mercado indiano reforça as expectativas de crescimento da ABS Pecplan. Em 2014, foram exportadas 70 mil doses de sêmen bovino, de um modo geral. A estimativa para este ano chega a 100 mil doses, sendo 20 mil apenas para a Índia. “Eles (indianos) inseminam 120 milhões de doses por ano. Se eu conseguir um por cento desse mercado, é um volume muito grande”, diz ele.

Vilela acrescenta que a Índia pode servir como referência para a abertura de outros mercados para a genética bovina, como Paquistão e Sri Lanka que, segundo ele, também são promissores. “Outros mercados se abrirão depois dessa negociação. Logo, logo, deve haver uma boa demanda.”

No ano passado, a CRV Lagoa registrou crescimento de 6,41% no número de doses comercializadas, de um modo geral. Tatiane Tetzner avalia que ainda é cedo para fazer uma projeção do quanto a Índia pode representar para os negócios da empresa no futuro. Mas ela está otimista. “A abertura do mercado indiano é uma conquista. Abre as portas na Ásia e retornar material genético para o berço do zebu tem um significado especial”, diz Tatiana.
Reconhecimento

Para o diretor de Relações Internacionais da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Antônio Pitangui de Salvo, a exportação de sêmen para a Índia é um marco para a bovinocultura brasileira e um reconhecimento do melhoramento genético feito pelos pecuaristas brasileiros.

“O zebu se adaptou bem às condições brasileiras e conseguimos melhorar essa genética, especialmente em raças como gir e guzerá”, diz de Salvo, comentando que esteve diversas vezes na Índia para ter contato com a pecuária bovina local. “Essa genética, talvez tenha se perdido um pouco e ele não conseguiram fazer uma seleção tão boa quanto no Brasil.”

 Segundo De Salvo, que também preside a Comissão Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), outros mercados, como a China e países da América do Sul estão interessados em importar a genética bovina brasileira. No entanto, é preciso melhorar a discussão sobre barreiras que ainda impedem novas vendas. Segundo ele, o governo brasileiro precisa negociar protocolos sanitários para viabilizar rapidamente a abertura de mercados.

“Poderíamos exportar para muitos mais se pudéssemos aprimorar essa discussão sobre as barreiras sanitárias. Toda a nossa parte de sanidade está compatível com a dos principais países que são carentes de genética zebuína”, acredita.

Guilherme Marques, do Ministério da Agricultura, diz compreender a vontade e a necessidade dos representantes do setor de ampliar sua participação no mercado internacional. Mas destaca que esse tipo de negociação depende de uma estratégia e da definição de prioridades.

“Abertura de mercado depende de estudo. E isso tudo demanda tempo das autoridades brasileiras e dinheiro para reuniões bilaterais, respostas a questionários técnicos. Cabe ao governo federal definir as prioridades dentro de uma estratégia discutida com o setor produtivo”, argumenta o diretor do Departamento de Saúde Animal.

Fonte: Globo Rural

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