Agropecuária | Publicada em 20/03/2015
Uma nova alta do dólar, o maior patamar em 12 anos ante o real, fez os preços do açúcar caírem pelo terceiro dia consecutivo em Nova York. Nesta quinta-feira (19), a commodity foi negociada a 12,62 centavos de dólar por libra-peso, queda de 11 pontos no vencimento maio/15. Houve retração em todos os lotes, um recuo que oscilou de cinco a 14 pontos.
Em Londres, os preços também se mantiveram em queda. No vencimento maio/15, a commodity foi negociada em US$ 363,70 a tonelada, desvalorização de 2,20 dólares. O mesmo aconteceu nas outras telas.
O dólar valorizado ante o real e também em relação a outras moedas vai contribuir para enxugar a produção de açúcar de alguns países e aumentar os preços internacionais, mas, segundo o diretor-presidente da Cosan, Marcos Lutz, as usinas brasileiras terão dificuldades de aproveitar esta conjuntura, em um primeiro momento, para aumentar participação de mercado, devido a seus problemas de endividamento.
"No longo prazo, o dólar como está hoje fará o Brasil retomar ´market share´. Retomar ´market share´ significaria o Brasil voltar a investir. Mas a gente não vê isso acontecendo com facilidade por (falta de) disponibilidade de musculatura financeira do setor sucroalcooleito brasileiro", afirmou Lutz, em entrevista à Reuters.
Do lado dos chamados fundamentos, o cenário também segue baixista. É o que mostrou hoje (20) uma análise do jornal Valor Econômico. "O clima continua favorável ao desenvolvimento dos canaviais de São Paulo, Estado que concentra a produção no Brasil, e, de modo geral, a ampla oferta mundial reduz o espaço para eventuais recuperações", disseram os analistas consultados.
Mercado interno
Já no mercado interno, o açúcar teve valorização ontem (19). Os negócios foram firmados, segundo índices do Cepea/Esalq, da USP, em R$ 51,17 a saca de 50 quilos do tipo cristal. Uma alta de 0,29% no comparativo com a véspera.
Etanol
Os preços do etanol diário medidos pela Esalq/BVMF seguiram em queda. Os negócios foram firmados em R$ 1.146,50 o metro cúbico do biocombustível, baixa de 0,35%.
Patrícia Mendonça
Fonte: Agência UDOP de Notícias
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