Agropecuária | Publicada em 16/03/2015
Os preços do suíno vivo e da carne registraram novas quedas em fevereiro, segundo levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). No decorrer do mês, no entanto, a desvalorização foi atenuada pelos transtornos de logística causados pela paralisação dos caminhoneiros, a volta às aulas e o pagamento de salários. A maior queda mensal no preço médio do suíno vivo foi registrada em Santa Catarina, onde o Indicador Cepea/Esalq (mercado independente) caiu 9,4%, para a média de R$ 3,26/kg. Na sequência está o Rio Grande do Sul, com retração de 7,6% (R$ 3,16/kg), seguido de Minas Gerais (-6,1%, para R$ 3,69/kg). Nas praças de São Paulo e Paraná, os preços médios encerraram fevereiro a R$ 3,23/kg e R$ 3,47/kg, respectivamente, com recuos de 3% e 3,9%.
As cotações do suíno vivo chegaram a reagir na maioria das praças consultadas pelo Cepea, devido à resistência dos criadores em aceitar os valores ofertados pela indústria. No atacado, os preços da carne também subiram, com o repasse das altas nos valores pagos ao produtor e a baixa disponibilidade de carcaças. A paralisação dos caminhoneiros também prejudicou o fornecimento de insumos aos criadores, o que favorece a pressão de alta dos preços. "Sem alimento, o índice de mortalidade do rebanho aumenta e a produtividade dos animais é prejudicada", destaca o centro de estudos em relatório. Em relação à carne suína vendida no atacado da Grande São Paulo, as carcaças comum e especial se desvalorizaram 4% e 5,4%, respectivamente, e encerraram o mês passado cotadas a R$ 5,37/kg e R$ 5,57/kg.
Insumos
A desvalorização do suíno vivo e a alta nos preços do insumo levaram a nova queda no poder de compra dos produtores independentes. Tanto o milho quanto o farelo de soja têm subido com a expressiva valorização do dólar, que estimula a exportação e leva ao aumento dos preços no campo. O cereal também foi beneficiado pela realização de negócios antecipados, com entrega para o segundo semestre, sobretudo para a exportação. Já o farelo foi influenciado por estimativas de redução na produção e estoque de soja no Brasil e nos Estados Unidos, bem como pela paralisação dos caminhoneiros.
Carnes concorrentes
A forte redução nos preços da carne suína no primeiro bimestre a tornaram mais competitiva em relação a outras proteínas, notadamente a bovina e a de frango. Em relação à carne de boi especificamente, os preços da suína atingiram o menor nível ante a carne bovina desde julho de 2012. No mês passado, a carcaça comum de carne suína foi negociada a uma média de R$ 5,22/kg no atacado da Grande São Paulo. Já a carcaça bovina casada teve preço médio de R$ 8,94/kg e o frango resfriado foi negociado a R$ 3,47/kg.
Fonte: Globo Rural
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