Agropecuária | Publicada em 03/03/2015
Se não é inédito é, pelo menos, raro. Pois não há registro recente de valorização do ovo como a registrada em fevereiro de 2015: incremento de 22% em relação ao mesmo mês do ano passado; e de 55% (!) sobre o mês anterior. Mas... devagar com o andor: que não hajam conclusões apressadas. Pois tal valorização sequer repõe o que o setor perdeu entre maio e setembro de 2014, período em que o ovo sofreu desvalorização de mais de 40%. E isto, somado a novas quedas ocorridas em novembro de 2014 e em janeiro de 2015, faz com que o produto continue com remuneração inferior às alcançadas em março e abril do ano passado. Mesmo assim não há como negar que a reação registrada – iniciada, na verdade, na primeira quinzena de janeiro – surpreendeu. Porque, em essência, permitiu que em pouco mais de 30 dias os preços mais do que dobrassem (a variação entre 9 de janeiro e 14 de fevereiro aproximou-se de 120%). Efeito da pronta ação dos produtores, descartando em massa poedeiras mais velhas e/ou com baixa produtividade. Infelizmente, a forte desaceleração da economia impediu que os preços alcançados em meados do mês se mantivessem até o final do período. Depois de alcançarem o mesmo “valor pico” registrado entre março e abril do ano passado, nos últimos 9 dias de fevereiro os preços do ovo retrocederam, fechando fevereiro com variação de apenas 10% em relação ao preço inicial do mês. O mais interessante é que isso ocorreu em plena Quaresma, o que – esse sim – parece ser fato inédito. Como resultado desse desempenho, o valor alcançado pelo ovo em fevereiro passado ficou quase 30% acima do valor médio de 2014, ou seja, apresentou resultado bem superior à média registrada entre 2001 e 2014 (14 anos), período em que o preço do ovo no mês de fevereiro situou-se, na média, 14% acima do valor médio do ano anterior. Mas nada disso tem qualquer valor. Porque ainda que apresente pequeno ganho sobre 2014, o valor do ovo no bimestre janeiro-fevereiro de 2015 continua aquém da média alcançada em 2013. E, pelo que se saiba, de lá para cá não houve redução de custos, muito ao contrário. Fonte: Avisite
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