Agropecuária | Publicada em 26/08/2020
A reoneração da folha de pagamento pode gerar custos adicionais superiores a R$ 1 bilhão na indústria de aves e suínos do Brasil e minar a competitividade no mercado internacional, disse Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa a indústria de frango e suínos. Para Santin, o veto do presidente da República, Jair Bolsonaro, à prorrogação do regime diferenciado de tributação até o fim de 2021 atrapalha planos de investimentos e fará o setor, que gera 500 mil empregos diretos, exportar impostos. “Não tem como simplesmente falar em agregar um custo a partir de 2021. Vamos carregar esse custo direto no produto de exportação e vamos perder espaço”, lamentou o dirigente, que participou ontem de um seminário virtual sobre o tema. O presidente da ABPA acrescentou que as agroindústrias de aves e suínos, setores de mão-de-obra intensiva, geraram cerca de 20 mil empregos durante a pandemia e mantiveram a liderança mundial na exportação de frango. “O veto tem que ser derrubado [no Congresso] para manter a segurança jurídica e termos a possibilidade de gerar mais 15 a 20 mil empregos”. Líder da bancada ruralista, o deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), que também participou do seminário, disse que o veto será derrubado. “A reoneração da folha não passa, deve ser quase unanimidade isso”, garantiu. A votação do veto ao texto que permite a prorrogação da desoneração, que expira no fim de 2020, foi adiada para o início de setembro a pedido do governo, que pretende apresentar propostas. A manobra gerou descontentamento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). “Estamos no meio de uma guerra. A desoneração da folha é urgente. Precisamos nos planejar para janeiro, saber se vamos investir, demitir, contratar”, queixou-se o presidente da Abimaq, José Velloso. Segundo ele, a reoneração pode causar entre 500 mil e 1 milhão de demissões de trabalhadores com carteira assinada nos 17 setores atendidos pela medida da desoneração. “Quando a lei foi feita, em 2011, o contexto era de desemprego e retomada e agora é o mesmo”, disse Grazielle Parenti, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) e diretora da BRF, defendendo a derrubada do veto. Fonte: AviSite
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