Agropecuária | Publicada em 26/02/2020
As importações chinesas ao Brasil deverão ter queda de mais de 50% após o Carnaval, por conta da crise provocada pelo coronavírus, aponta levantamento da consultoria Solve Shipping. As exportações rumo ao país asiáticos seguem saindo normalmente, mas também poderá haver impacto nas próximas semanas. A cada sete dias, saem quatro navios da China rumo ao Brasil, e outros quatro no sentido inverso. Na semana passada, porém, apenas dois deixaram os portos chineses, e com níveis de ocupação mais baixos que os regulares. As outras duas embarcações tiveram suas viagens canceladas. “A vida na China ainda não voltou ao normal. Muitas províncias seguem em quarentena, fábricas estão paradas, a maior parte dos caminhões não está circulando”, afirma Leandro Barreto, sócio da Solve Shipping. Esses navios chegarão ao Brasil na primeira semana de março, o que significa que, a partir daí, as indústrias que dependem das importações chinesas deverão sentir um impacto maior. Na semana passada, a ocupação dos navios que saíram da China ainda ficou em nível considerado satisfatório, acima de 80%, mas os preço dos fretes já mostravam redução tanto para importações como para exportações, refletindo a expectativa de crise no mercado de navegação. O cenário para as próximas semanas tampouco é favorável, ao menos por enquanto, segundo os dados da consultoria. Nesta semana, deverão sair da China três embarcações - com um cancelamento. Nas duas semanas seguintes, estão programadas apenas duas viagens em cada uma. Ao todo, até a semana do dia 16 de março, estão previstos sete cancelamentos de viagens. Essa é a programação atual, mas que pode ser alterada a qualquer momento, diz Barreto. Para mobilizar um navio adicional nas próximas semanas seria rápido, segundo ele. No caso da exportação, os navios continuam saindo normalmente, com a expectativa de que, ao longo do um mês de viagem até a China, a situação se estabilize. Hoje, o maior problema têm sido as embarcações que estão chegando ao país asiático, quando ainda há muitos portos fechados. Parte da carga tem sido encaminhada a outros terminais, mas as dificuldades logísticas têm causado problemas, principalmente no caso de cargas refrigeradas, que são perecíveis. Nas próximas semanas, existe um risco de as exportações serem mais afetadas por gargalos logísticos, segundo Barreto. Como menos navios estarão saindo da China rumo ao Brasil, para manter o ritmo de exportações, seria preciso mobilizar mais embarcações. A principal dificuldade, porém, tende a ser a menor quantidade de contêineres que chegam ao país, diz ele. Fonte: Avisite
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