Agropecuária | Publicada em 23/10/2019
A A.P. Moller-Maersk, empresa integrada de logística de contêineres com operações em 130 países, informou que o algodão foi o produto que teve a maior alta nas exportações no primeiro semestre de 2019, e os volumes estão aumentando para atender a demanda crescente da China.
Com a nova safra de 2019-2020, Maersk
prevê uma produção de 2,8 milhões de toneladas. Desse total, a
exportação de algodão deve crescer em torno de 30%, chegando a 1.8 até 2
milhões de toneladas, mas a falta de infraestrutura no porto de Santos,
está causando atrasos de uma até duas semanas na embarcação da carga.
“Além
da boa qualidade do algodão brasileiro, esperamos um aumento de 30% na
nova safra graças a demanda chinesa crescente, agora que o Brasil se
tornou o maior concorrente dos EUA no mercado global de algodão em
2019,” disse Mônica Alves, especialista na commodity e executiva de
vendas da Maersk. “Santos também tem os seus desafios e há um novo
gargalo se formando. Ele é o principal porto da América Latina e o maior
destino portuário de algodão brasileiro. Para facilitar todo este
processo, a Maersk oferece a seus clientes a solução porta a porta, e
como o principal estado produtor de algodão do Brasil é o Mato Grosso, a
linha férrea de Rondonópolis para Santos tem sido muito utilizada neste
serviço,” acrescentou. Santos representa 96% de toda a exportação de
algodão brasileiro em 2019. Alves espera que mais produtores utilizem a
linha férrea.
O porto está recebendo de dois a três mil
contêineres de algodão por semana agora que a safra está aquecendo, mas
normalmente o crescimento de volumes seria mais comum nesta parte do
ano. Alguns contratos de embarque, especialmente chineses, estão sendo
postergados, o que acaba impactando o produtor Brasileiro.” disse Alves.
Vários terminais com capacidade de atender demanda dos produtores brasileiros de algodão fecharam nos últimos anos após a queda de importações no Brasil.
Na última safra, foram 455,5 mil
toneladas somente para a China, segundo Alves, e o mercado nacional
consumiu aproximadamente 700 mil toneladas. “Aproximadamente 80% do
algodão brasileiro exportado tem como destino a China, Indonésia,
Vietnam, Bangladesh e Turquia”, esclarece.
A especialista
explica a estratégia intermodal da companhia, “É assim que a logística
está progredindo em economias como os EUA. Queremos chegar ao ponto que a
logística no Brasil será tão fácil e rápida quanto comprar um livro
online. A solução porta a porta é fundamental para o setor de algodão.
Quanto mais chegamos a esse modelo, mais rapidamente a economia
brasileira, a indústria de algodão, os negócios como um todo e os
consumidores serão beneficiados, finaliza Mônica.
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