Agropecuária | Publicada em 27/09/2019
No levantamento foram considerados os volumes de leite adquiridos pelos laticínios com algum tipo de inspeção sanitária (municipal, estadual e/ou federal).
De abril a junho foram captados 5,8 bilhões de litros de leite, uma queda de 5,8% em relação ao primeiro trimestre, no entanto, houve aumento de 6,9% em relação a igual período do ano passado.
No primeiro semestre de 2019 o volume ficou maior em todo o período na comparação mês a mês com 2018 e cresceu 5% no acumulado deste ano.
Lembrando que a greve dos caminhoneiros em maio de 2018 afetou a produção no país.
Além disso, a melhoria da margem para o produtor, com a queda nos custos de produção e o clima favorável comparativamente com o ano passado também pesaram neste aumento da produção em 2019, até então.
Expectativas
Na temporada atual, o preço pago ao produtor começou a trajetória de alta no pagamento de janeiro, referente ao leite entregue em dezembro de 2018. Com o pico de produção no final do ano passado, a menor oferta e o aumento da concorrência pela matéria-prima (leite cru) deram sustentação aos preços.
No entanto, o cenário de dificuldade do escoamento dos lácteos na ponta final da cadeia, com uma oferta de leite maior este ano e uma demanda interna patinando resultou em dificuldade de evolução das cotações dos lácteos no atacado, o que fez as margens das indústrias se estreitarem.
Este cenário refletiu em uma menor valorização nos preços pagos aos produtores no primeiro semestre, inclusive antecipando a virada da curva de preços.
Este ano, considerando a média nacional apurada pela Scot Consultoria, a valorização foi de 12,1% entre janeiro e junho, frente aos 20,8% na entressafra passada e 15,5% de alta, em média, nas últimas cinco temporadas.
O preço ao produtor caiu nos dois últimos pagamentos (julho e agosto).
Esta queda de receita somada a necessidade de o produtor suplementar o rebanho, em função da falta de chuvas em importantes bacias leiteiras e situação ruim das pastagens, voltou a estreitar a margem da atividade, o que poderá gerar incrementos menores na produção de leite em curto e médio prazos.
De junho a agosto a produção subiu 3,2%, em 2018, em igual período do ano passado a captação crescera 5,3%.
Mesmo com a produção aumentando, os incrementos têm sido menores comparativamente com 2018, o que tem dado sustentação aos preços ao produtor. Segundo dados parciais da Scot Consultoria, boa parte das indústrias está segurando os preços do pagamento de setembro, a fim de manter a produção.
Para o pagamento de outubro (produção de setembro) o movimento de baixa deverá ganhar força, já com as pastagens em melhor qualidade e aumentos expressivos na oferta de leite no Brasil Central e região Sudeste.
Fonte: Scot Consultoria
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