Agropecuária | Publicada em 29/08/2019
Déficit na oferta mundial - Em apresentação realizada nesta segunda-feira (26/08), Renato Rasmussen, diretor de inteligência da empresa, indicou que as perdas nos rebanhos de suínos na China e em outros países que também estão sendo afetados pela doença não serão totalmente compensadas por importações de carne suína ou mesmo de outras proteínas, e haverá um déficit na oferta mundial de proteína animal de quase 10 milhões de toneladas em 2019.
Produção - Na avaliação da INTL FCStone, a produção chinesa de carne suína deverá cair ainda mais no próximo ano e alcançar 34 milhões de toneladas, ante as 38 milhões esperadas para este ano e 54 milhões de toneladas de 2018. A produção do país só deverá começar a se recuperar em 2021, quando deverá retornar ao patamar de 38 milhões de toneladas.
Efeitos distintos - A INTL FCStone reforçou que esse encolhimento do plantel de suínos na China tem dois efeitos distintos nos mercados agropecuários globais: diminuição da demanda chinesa por grãos e aumento das importações de carnes.
Projeções - Nas projeções da consultoria, a China terá que importar 3,3 milhões de toneladas de carne suína neste ano e 4,2 milhões em 2020, ante 2,1 milhões de toneladas importadas no ano passado.
Recuo - A consultoria estima que, se a produção chinesa de carne suína recuar 30% - como projeta que vá ocorrer neste ano -, a demanda do país asiático por ração deverá cair 27,7 milhões de toneladas. Nesse cenário, a demanda por milho deverá recuar 17,2 milhões de toneladas e a demanda por farelo de soja tende a ficar 7,7 milhões de toneladas menor.
Outros países - Outros países também têm sofrido com a peste suína africana. No Vietnã, onde a doença já levou à perda de 16% do rebanho de suínos, a produção de carne suína deverá diminuir entre 15% e 20% em 2019, segundo a consultoria. "Grande parte do sudeste da Ásia terá dificuldade em repovoar seu rebanho e garantir suprimentos provisórios de proteína. As perdas causadas pela peste suína africana no sudeste da Ásia vão exacerbar as deficiências globais de proteína, adicionando mais pressão aos mercados globais", afirmou Rasmussen.
Oferta mais restrita - Como resultado, a consultoria espera que haverá uma oferta mundial de carne suína mais restrita e preços mais elevados no mercado internacional em 2020.
Brasil - Entre os países exportadores que podem ofertar proteínas aos mercados asiáticos, a INTL FCStone acredita que o Brasil é um dos mais bem posicionados, embora existam dúvidas sobre se a situação atual represente um aumento estrutural na demanda e de acesso ao mercado chinês.
UE - A União Europeia, embora seja a principal fornecedora para o mercado chinês - atualmente é a origem de 70% das importações do país asiático -, tem limitações para atender sozinha a esse aumento de demanda. Os Estados Unidos, que ocupam o segundo lugar, estão em guerra comercial com a China, e o Canadá, terceiro maior exportador para os chineses, sofre com barreiras não-tarifárias, algumas inclusive relacionadas à guerra comercial entre Washington e Pequim.
Fonte: Portal Paraná Cooperativo
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