Agropecuária | Publicada em 31/05/2019
Como aumentar a produção de arroz e ao mesmo tempo reduzir custos? A resposta os arrozeiros do Rio Grande do Sul estão encontrando com a aplicação do Projeto 10+, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) desde a safra 2017/18. Com o 10+, a entidade retomou a parceria que reúne pesquisa, extensão e produtores. É uma iniciativa conjunta do Irga e do Fundo Latino Americano de Arroz Irrigado (Flar). O Irga é sócio fundador do Flar.
O objetivo do projeto é elevar a produtividade média da lavoura e reduzir os custos de produção com o manejo integrado. Começou na safra 2017/18, com os técnicos do Irga e os produtores líderes conduzindo 94 unidades demonstrativas nas seis regiões arrozeiras do Estado. As unidades de demonstração ocuparam 3.400 hectares. Todas as práticas de manejo do P10+ foram seguidas nessas áreas demonstrativas. Também foram realizados roteiros técnicos e dias de campo, capacitando 5.450 produtores, técnicos e estudantes.
Dos 94 produtores líderes, 24 conseguiram conduzir a área seguindo todas as orientações do projeto, agrupadas em 10 pontos. Esse grupo colheu média máxima de 11.592 quilos de arroz por hectare. “Os resultados foram consistentes em todas as regiões e revelaram que as tecnologias sugeridas são fáceis e podem ser utilizadas por produtores que adotam diferentes níveis tecnológicos e sistemas de produção”, avalia o engenheiro agrônomo Luciano Carmona, coordenador técnico científico do projeto.
No geral, os orizicultores líderes atingiram produtividade média de 10.601 quilos por hectare em área total de 3.400 hectares. Enquanto isso, os produtores que também participaram do 10+, total de 157, colheram 9.058 quilos por hectare em quase 54.000 hectares. A média estadual foi de 8.237 quilos por hectare nesta mesma safra 2017/18. Conforme Carmona, ficaram comprovados a consistência dos resultados e o potencial das variedades IRGA 424 e IRGA 424 RI plantadas nas áreas do projeto.
Carmona observa que cada falha no manejo, como em relação ao número de plantas, época de controle de invasoras, pode provocar perda de quase 830 quilos de arroz por hectare. “O mais importante foi demonstrar a eficácia do projeto”, destaca. Além disso, verificou-se a ocorrência das cinco intervenções mais contrastantes entre o grupo de líderes e de produres do 10+: sistema de semeadura, densidade de semeadura, adubação, gastos com aviação agrícola e manejo fitossanitário.
Mais uma safra
O Projeto 10+ seguiu na safra 2018/19 com a implantação de 150 lavouras demonstrativas, que ocuparam 5.000 hectares em todo o Estado. Os roteiros técnicos somaram 121, mais dias de campo e particiapção na Abertura da Colheita de 2019. O coordenador técnico do projeto, Luciano Carmona, estima que a participação de produtores tenha chegado a 3.000. Neste segundo ano, a produtividade média poderia ser um pouco menor do que a registrada na safra 2017/18. “As condições climáticas não foram tão favoráveis”, aponta.
Para Carmona, o projeto está consolidado e seguirá como um sistema de tranferência de tecnologias validadas pela pesquisa e disseminadas de produtor para produtor. “O projeto 10, a partir de 2003, foi um divisor de águas para nós. Mostrou em um único projeto todas as coisas certas para se fazer, e no momento certo, para que pudéssemos avançar na produtividade com um custo compatível”, relata o arrozeiro Marcio Sanchez, de Santa Vitória do Palmar (RS). Ele conseguiu alcançar a maior produtividade em 50 anos de atuação na propriedade.
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