Agropecuária | Publicada em 15/04/2019
A China e a Índia começam a reagir mais ostensivamente ao anúncio do Brasil de que abrirá mão do Tratamento Especial e Diferenciado (TED) em futuros acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC) em troca do apoio dos EUA à sua entrada na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Pressão - O anúncio brasileiro elevou a pressão sobre Pequim e Nova Déli. Mas, na direção oposta à do Brasil, a China avisou nesta semana que não vai abdicar do TED. O porta-voz do Ministério de Comércio, Gao Feng, observou que Pequim manterá firme sua posição, mesmo que o Brasil tenha concordado com a demanda dos EUA.
Maior - Os chineses continuam a se intitular "a maior nação em desenvolvimento do mundo". Mas, na prática, sabem que não haverá qualquer acordo na OMC com Pequim obtendo tratamento diferenciado para implementar novos compromissos de liberalização.
Reunião - A Índia, por sua vez, organiza uma reunião com ministros de vários países em desenvolvimento nos dias 13 e 14 de maio em Nova Déli para discutir uma coalizão pela defesa de seus interesses na reforma da OMC. Um dos temas da agenda é justamente a manutenção do TED, alegando a condição de país em desenvolvimento.
Convite - O Brasil foi convidado pela Índia para participar da reunião de ministros. Brasília avalia ainda quem será o representante. Visivelmente, não será no nível de ministro, reduzindo a importância que dará ao evento.
Reações informais - Na cena comercial, as reações informais à decisão brasileira de abrir mão do TED em futuros acordos têm sido de elogio por países desenvolvidos e de preocupação por nações em desenvolvimento.
Real impacto - Vários parceiros demonstram não terem entendido ainda o real impacto da posição brasileira. O Itamaraty tentou dar uma resposta com uma nota que divulgou recentemente. O Itamaraty diz que o anúncio feito em março em Washington, de que o Brasil começará a abrir mão de TED nas negociações da OMC, não implica qualquer alteração ou redução da flexibilidade já existente em certas regras dos acordos comerciais vigentes.
Expectativa - A partir de agora, a expectativa é que o Brasil não vá formalizar que abre mão do status de país em desenvolvimento. O que acontecerá nas negociações é que não buscará o tratamento diferenciado como fez no passado. Já para a China e Índia, pelo menos na retórica, isso é algo pela qual vão continuar lutando.
Fonte: Portal Paraná Cooperativo
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